This review contains spoilers

A primeira parte do jogo é MUITO interessante, conseguindo misturar bem a ambientação de terror com o jogo de cartas, usando ambiente mal iluminados dentro e fora do tabuleiro. Não conseguindo identificar nem saber o que é a criatura na nossa frente, apenas os seus olhos e, de vez enquanto, suas mãos que parecem te enforcar quando o jogador morre, e um som intencionalmente instigante atrás de uma porta que brilha de tempos em tempos, que aumenta ainda mais o mistério sobre este lugar. E uma narrativa interessante por conta de puzzles no cenário que liberam "cartas" que te ajudam a entender mais do que está acontecendo.

A segunda parte do jogo é bem decepcionante. Não me entenda mal, é um bom jogo, porém, muito inferior à primeira parte do mesmo. Já começa logo de cara com uma cutscene explicando a história do mundo e do jogo, praticamente desvendando os únicos mistérios possíveis de se desvendar dentro do jogo. O resto da história é relacionado com o ARG da empresa. Logo depois disso, ele te dá 4 escolhas de decks, o que é uma escolha interessante, tirando o fato de que são mal balanceadas. Porém, o pior de tudo ainda está por vir: o clima tenso e aterrorizante da primeira parte SUMIU, e agora estamos em um RPG pixelizado genérico, com puzzles ridículos de fáceis que não contam nada interessante, e ainda lutas contra os bosses extremamente facilitadas. Essa parte quebra muito da imersão do jogo, que tenta retomar esse tom na terceira e última parte do jogo.

A terceira parte, ainda assim, não consegue ser tão boa quanto a primeira parte, pelo fato de ter perdido o valor surpresa. Contudo, a exploração de mapa e o jogo de cartas dessa parte é a melhor em questão de mecânica e criatividade, com você podendo receber e mandar cartas para outras pessoas jogando o jogo, e mecânicas únicas e bem legais, como poder escolher um arquivo do seu computador para dar dano no boss. O final dessa parte, a terceira, foi bem legal e instigante, mostrando a gameplay dos outros 2 patronos restantes. Destaco aqui a gameplay da patrona dos mortos, que usa um tabuleiro de xadrez como mapa, me deixando intrigado com uma gameplay mais longa dela, o que provavelmente nunca vai acontecer, e o encerramento dos personagens, dando um pouco de aprofundamento para eles, como, por exemplo, o Leshy, patrono das feras, que mostra bastante interesse em continuar jogando com você mesmo diante da morte.

Considerando todos esses elementos, acho que Inscription é um ÓTIMO JOGO: boas mecânicas, boa ambientação na maior parte do tempo, bons mistérios e personagens bem carismáticos, mesmo tropeçando na metade. Ele consegue se reerguer, ainda que não tão bem quanto em seu começo, para um ótimo jogo. Por conta desses defeitos, a nota dele não é mais alta, mas ainda é extremamente recomendado.

Reviewed on Mar 29, 2023


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