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Nos anos 90 tivemos muitos jogos marcantes feitos no RPG Maker, sendo o principal e mais conhecido "Corpse Party", que na época era um jogo de terror simples, mas que acabou se tornando uma franquia gigante e bastante influente. Mas não é apenas nos anos 90 que essa engine teve impacto, foi a partir dos anos 2000 que ela foi furar a bolha de vez, tendo diversos jogos que inicialmente poderiam ter sido de nicho, mas por conta de toda uma criatividade em estilos e estéticas, diversos desses jogos ganharam um público fiel, como por exemplo "Yumme Nikki", um dos meus jogos favoritos da vida e que pode ter arrecadado diversas teorias e interpretações.

Por que eu dou um contexto assim para um texto como esse? É simples, porque é com essa engine e também a mudança de época que chegamos ao jogo de hoje: "OFF"!

OFF é um jogo francês, criado por um carinha muito curioso, chamdo de Mortis Ghost, um codinome que acho COOL demais. O jogo lançou inicialmente (e aparentemente) em 2008, mas seu idioma para inglês foi sair 4 anos depois, em 2012, que foi mais ou menos por essa época que o jogo foi começar a ser reconhecido.

Quando começamos o game, temos que dizer nosso nome. Não o nome do personagem do jogo! Mas sim o do portador. Nós vamos controlar um personagem Batter, que recebe a missão de purificar o mundo. Ao entender isso, chegamos na Zona 0, onde conhecemos o Judge, um... err, gato esquisito que conversa diretamente com a gente e nos ensina a controlar o Batter.

Não tarda muito até notar-mos o charme desse jogo. OFF é estranho, até demais para ser sincero, mas isso é ponto mais alto dele. Seu estilo gráfico é quase que completamente branco e o traço dos personagens parecem rabiscos até que bem compostos. Quando vamos explorando pelas 3 Zonas principais do jogo, é bem comum ver cenários com uma única cor dominante, como o Azul com rabiscos pretos, ou o Rosa com rabiscos pretos, ou até o Amarelo com rabiscos pretos, esse traçado é a que agrega muito para toda composição e visual.

A Zona 0 é basicamente um tutorial, após sair dela vamos direto para a Zona 1, onde a gente vê um padrão. Cada Zona se baseia em uma indústria de alguma coisa, sendo a primeira de Carne, e ela está sofrendo por infestação de fantasmas, aos quais deveremos purificar.
"E como funciona essa purificação?" você me pergunta. E a resposta é bem fácil. OFF é um dos casos raros de um RPG feito no RPG Maker, as purificações serão combates por turnos onde devemos eliminar os fantasmas na base do porrete (o Better usa tacos de baiseball para combater os fantasmas), esses combates te dão dinheiro e talvez algum item.

Essa vai ser sua gameplay por OFF, e mesmo sendo bastante simples, não chega a ser repetitiva e esse jogo acerta muito, principalmente na narrativa.
A gente entende o objetivo do Batter e até entendemos o que está rolando, mas passamos o tempo todo enquanto jogamos nos perguntando o motivo do mundo estar daquela forma, e aqui chegamos em algo interessante sobre essa narrativa. OFF explica muito sobre suas Zonas, como que cada local funciona, sobre o trabalho daqueles NPCs, mas tudo que ele explica é de uma forma tão enigmática que não há um jeito certo de entendermos aquilo, o jogo meio que nos obriga a interpretar aquele mundo do nosso próprio jeito.

Interpretar faz parte da experiência e algo que agrega muito para isso são suas referências bíblicas. Pode parecer meio desfocado, mas OFF usa muita referência católica para criar sua ambientação caótica e muitas vezes até complexa. Essas referências estão mais conectadas às explicações dos NPCs e um pouco do mundo em si, como na primeira Zona que nos é explicado sobre a carne e em como a enxergamos.

Essa parte do jogo serve muito para nos mostrar um mundo mais complexo e nos mostrar situações que não são fáceis de explicar, afinal, OFF é bizarro e isso faz totalmente parte de sua identidade, tendo uma das estéticas mais únicas de qualquer video game.
E retornando para esse jogo que coloco definitivamente em um dos ranks mais altos nos meus favoritos.

Parte da graça do primeiro jogo é ele ter vindo como uma surpresa para o lançamento do jogo principal. O segundo jogo spin-off também surgiu meio como uma surpresa, mas não vejo ela como algo que surpreende tanto. Isso porque esse jogo não tem muitas coisas novas, a não ser a sua mais importantes novidade que é o modo cooperativos, algo que eu posso dizer que é uma benção e uma maldição. No caso da benção, é porque jogos cooperativos tem ficado meio escassos nos últimos anos e ter um jogo no estilo dos Castlevania clássicos e com a possibilidade de jogar com um amigo, torna essa a experiência mais divertida e única que se pode ter, mas também acarreta em alguns "problemas" que eu coloco entre aspas por não ser bem problemas, mas são coisas que te limitam por jogar em certas circunstâncias.

Uma delas é que todo o level design é mudado para que você seja obrigado a jogar com alguém do lado, não que seja impossível jogar sozinho, o jogo até te permite isso, mas ele não é nenhum pouco amigável contigo, muito upgrades são necessário para pegar com a ajuda de uma amigo, tem plataforma que você nem consegue subir se estiver sozinho. Tudo isso não é nem pela questão do jogo ficar mais fácil com um parceiro, mas sim porque ele só fica completo com alguém te ajudando.
Outra parte que pode limitar muito é que os personagens não conseguem lidar com as sessões das fases por conta própria, sempre é necessário ter alguém de apoio. Posso citar como exemplo o Robert, um personagem atirador, ele tem habilidades que a primeira vista são bem úteis, ele usa uma arma de longo alcance, é capaz de pular pelas paredes, e consegue se arrastar pelo chão, sem contar que seus sub itens podem ser bem úteis para diversas ocasiões, mas tem um porém bem grande, o Robert tem pouquíssima vida, não é muito resistente e sempre que ele atira, ele recarrega a arma sempre perdendo um tempo para se mover, também não posso deixar de mencionar que ele é o personagem que dá menos dano do grupo inteiro. Ele não é um personagem inútil, mas ele é o que menos se garante nas fases, mas ele é um ótimo personagem quando se está em dupla, ele combina muito bem, por exemplo, com a Dominique ou com o Hachi.

Tendo dito isso, ele não é de todo mal, ter uma amigo junto contigo, faz você pensar bastante em estratégias para passar das fases, fazer a platina dele também é bem de boa, o jogo é bem grande, o que eu veria como um ponto negativo, já que isso deixa ele muito gordinho e o primeiro era bem menos cansativo, mas dependendo da frequência que você, ou com vocês, pode ser um tempo bem prazeroso, afinal, também queria ver novos ClassicVania no mercado.

Os clássicos jogos Point and Click literalmente fizeram a minha infância, o próprio "Sam & Max: Hit the Road" definiu minha personalidade e o meu estilo de humor, e devo dizer, "Powers in the Basement" é uma ode ao gênero e ao estilo da LucasArts, pegando todas as características possíveis dos jogos desses estúdio e fazendo diversas referências em um jogo menor. É uma experiência curtinha, mas que vale muito a pena e tem bastante rejogabilidade, você pode coletar uma infinidade de itens, tem muito diálogo, muitas piadas, muita coisa mesmo. Vale a pena.