57 reviews liked by gustavozaaz


Não entendi nada, mas é muito bom...

Dragon's Dogma 2 é um jogo complicado, de início acabou sendo uma decepção, muito parecido com o primeiro e com os mesmos problemas dele, mas ao longo da jornada ele foi se pagando e é sem dúvidas um dos melhores jogos do ano apesar dos problemas. Como alguém que jogou o primeiro, reconheço que pra época ele tentou dar um passo maior que a perna e só agora 12 anos depois, ele conseguiu caminhar direito na sequência, ainda que mantenha vários dos problemas do primeiro jogo, acabou virando mais um charme do que um erro propriamente dito.

Já começando pela história, ela é extremamente simples, você se torna o novo Nascen, descobre que um falso Nascen é o rei de Vermund e cabe a você desmanchar a farsa e assumir como verdadeiro Nascen pra liderar o mundo em uma direção melhor, pelo menos é isso que o jogo propõe inicialmente, as primeiras horas são cansativas, as missões não têm muita profundidade, mas com o decorrer do jogo elas vão ficando complexas, novos elementos são introduzidos e vai te dando uma baita vontade de continuar, o final verdadeiro do jogo é fantástico e recheado de conteúdo, recomendo todo mundo fazer, principalmente por ter como farmar uma cacetada de pedras de teleporte. Eu senti que a campanha é um pouco curta pro padrão dos RPGs por aí, mas é justamente o fato de ser curta que acrescenta muito no valor replay do jogo, logo quando você acabar já vai ter vontade de ir pro new game+.

A gameplay do jogo é uma melhoria absurda em comparação ao primeiro, já era boa apesar de ser um pouco esquisita e agora no segundo conseguiram melhorar todas as animações, deixar ela mais natural, fizeram o acréscimo de diversas habilidades e vocações novas, até eu que só joguei de ladrão no 1 acabei trocando, lanceiro místico e chefe de guerra são disparadas as classes novas que eu mais curti, não tem coisa melhor do que simplesmente arremessar um inimigo a quilômetros de distância com a habilidade "ao infinito". Fora o combate impressionante, a escalada ficou numa pegada mais Assassin's Creed, automatizada e fácil, a i.a. dos inimigos e parceiros melhorou consideravelmente, se juntam em bando pra te atacar, flanqueiam e fazem estratégias. Mas o que mais me encantou mesmo foi a tonelada de coisas aleatórias que podem acontecer, principalmente graças a física do jogo, você consegue se segurar em uma harpia e sair voando nela, consegue derrubar um ciclope em um vão e usar ele como ponte, se você cair de uma altura grande o seu pawn pode te segurar pra você não morrer, se um de seus pawns for arremessado de um penhasco você pode usar a corda do ladrão pra puxar ele de volta no ar, enfim, as possibilidades são inúmeras. O que mais fez falta mesmo foi um sistema de lock-on, que não tem igual no primeiro.

Sobre a exploração, ela tem pontos positivos e negativos, de fato, é divertido de se explorar e não usar a viagem rápida, no início é meio cansativo já que seu personagem tá fraco e os inimigos te deixam em frangalhos, mas com o tempo você vai upar e explorar vai ficar extremamente divertido, você realmente tem uma sensação de estar se aventurando, principalmente pelos acampamentos pra descansar, pelas interações entre o seu grupo apesar de terem várias falas repetidas e a caralhada de chefes que você encontra ao longo do caminho, ciclopes, grifos, dragões, medusas, ogros, a lista é gigantesca e a luta com cada um deles é divertidíssima e bem variada. Uma grande melhoria em relação ao primeiro são as paisagens também, a primeira região é a mais fraca, é um cenário de floresta um tanto quanto genérico igual o primeiro jogo, mas de Battahl pra frente muda muito, são vários lugares bem bonitos, sem contar todo o cenário do final verdadeiro que é de tirar o fôlego, com diversas lutas contra chefe fodásticas.

Agora indo pros problemas, o design de quest dele é meio falho assim como o do primeiro, diversas vezes você fica perdido sobre como proceder em uma missão, várias vezes o objetivo é uma área gigantesca e você que se vire falando com a cidade toda pra saber o que tem que fazer, sem contar quando ele te pede algo tão especifíco que é mais fácil ver na internet o que ele quer. Outra coisa que me desagradou foi o sistema de save, o jogo tem um autosave e também tem um save manual, já no início o jogo manda você não confiar no autosave e salvar manualmente sempre que puder??? Vai por mim, é inútil salvar nesse jogo, o autosave sempre vai salvar por cima do seu save e o jogo dá autosave o tempo todo, então se você se prender em uma luta ou coisa do tipo, ou volta pra cidade e perde todo seu progresso desde que você saiu de lá ou senta e chora.

O gráfico é esquisito, em alguns momentos é bonito e em outros é horroroso, no geral, ele é bonito no macro e feio no micro, a primeira região é meio feia mesmo, e falando em feio, as expressões desse jogo se resumem a abrir e fechar a boca, só melhora um pouco nas cutscenes pré-renderizadas, e o gráfico desse jogo com certeza não justifica a falta de otimização dele, e já falando dela, EU, repetindo, EU não tive muitos problemas, durante o mundo aberto eu mantive os 55-60 fps e nas cidades caía pra 40, isso PARTICULARMENTE não me incomoda, fora isso, eu não tive nenhum crash e o único bug foi de iluminação quando eu dei alt+tab várias vezes, isso numa RTX 3060, vi relatos do jogo rodando mal nela, o que não foi o meu caso. A interface do jogo é melhor que a do 1, mas ainda é esquisita de mexer, meio ruim de entender e feia de se ver, o mapa do menu de pausa é melhor do que o mapa do jogo mesmo.

Sobre as microtransações, PARTICULARMENTE não me incomoda, a Capcom faz isso há anos e se a Capcom caga eu como, o ideal era não ter, mas até o fim do jogo eu fiquei lotado de pedra de teleporte, além do fato de ter como comprar a arte da metamorfose e mudar o visual do personagem já no comecinho do jogo.

Sinceramente, eu gostei muito da experiência, tem seus problemas como qualquer jogo, mas não acho que eles apaguem o brilho da aventura, ainda mais que eu não tive muitos problemas de desempenho.

Antes que comente, dedico este espaço aqui não como uma crítica ao título, mas sim como um memorando ao Akira Toriyama. Agradeço desde já.

Logo, gostaria de abrir isto falando sobre algo que me recordo e de fácil acesso, que ocorreu em uma edição da revista "Eureka", em fevereiro de 1983, onde Akira dedicou um ensaio ao pai dos mangás, Osamu Tezuka, e um trecho dito ressoa comigo "[...] Pude ler muitas obras de Tezuka na livraria. Como sempre fui exposto às suas obras durante meus anos de aprendizado no ensino fundamental, acredito que fui influenciado por elas sem nem perceber. Tenho certeza de que existem muitos outros grandes artistas de mangá por aí, mas sem os trabalhos maravilhosos de Osamu Tezuka, não tenho certeza se desenharia mangás como faço hoje. Muito obrigado, mestre Tezuka, de verdade![...]".

A sensação de perder alguém que desconheço mas muito admiro é um tanto quanto estranha. Certas pessoas carregam consigo uma espécie de aura mística que beira a imortalidade, e com o Toriyama-sensei não foi nem seria diferente. Como toda criança, Dragon Ball moldou muito do que chamo de Eu, e foi minha companhia por diversas horas que poderiam ter sido solitárias - remediadas pelos nossos queridos personagens muito carismáticos com seus ensinamentos, piadas e combates inacabáveis. É uma memória fraca mas que ainda vive, lembro que sempre que meu pai voltava do serviço (durante o horário de almoço), a gente assistia um ou dois episódios de Dragon Ball Z, isso durante minha infância. Significou bastante pra mim. Em fato, carregou tanta influência em mim que compramos Dragon Ball Final Bout, no PlayStation. Jogo terrível, por sinal, mas que eu amava bastante justamente por ser daquele universo fantástico - um dos meus amigos descobriu que se fizesse um input no menu principal, liberava um grupo de personagens, na maioria Saiyajins. Sem contar nos filmes, nas aberturas, nos brinquedos. Saudades.

Anos se passam e Dragon Ball acabou por tornar-se relativamente distante na minha vida; não acompanhava e não me interessava, mas curiosamente, os jogos ainda viviam comigo, especialmente este, Budokai 3, e a versão modificada por fãs dele, conhecida como Dragon Ball AF. Eu não havia descoberto um gosto musical que eu gostasse em específico, mas o DB AF justamente por ser modificado, tinha faixas de bandas como System of A Down e se bem me lembro Slipknot e Limp Bizkit também marcavam presença (posso estar enganado). É difícil de descrever como era épico apertar R1 e se tornar o Super Saiyajin 4 em um jogo fanmade enquanto tocava B.Y.O.B. de fundo (risos) ou algo assim. Olhando para trás, talvez essas pequenas frações de jogatinas podem ter somado para tudo aquilo que gosto. Foram importantes.

Contudo, a influência do mangaká se encontrava em outras aventuras que fui tendo, como em Chrono Trigger e Dragon Quest. É tão belo como eu nunca consegui fugir de você, sensei. Belo como ninguém jamais conseguiu.

Sendo tão ínfimo e diminuto como sou, me sinto triste por não poder colocar em palavras tudo aquilo que Akira Toriyama trouxe nas nossas vidas, de forma direta ou indireta. Impossível pôr tudo aquilo que sinto aqui. "Inspiração" é tão pouco dado ao tamanho de seu legado, mestre. É dolorido demais que teves que ir, mas mais dolorido ainda da forma que foi. Pode ter certeza que todos vamos sentir sua falta. Por fim, minhas colocações não seriam justas nesta conclusão, então só parafraseio o que você mesmo dissera:
Pude acompanhar muitas obras suas. Como sempre fui exposto às suas obras durante meus anos de aprendizado, acredito que fui influenciado por elas sem nem perceber. Tenho certeza de que sem seus trabalhos, nós não seríamos como somos hoje. Muito obrigado, mestre Toriyama, de verdade!

Descanse em paz.

o gta 4 que acaba com um final feliz

vsf jogo dificil da desgraça, os personagens morrem rápido pra caramba, os poderes e golpes mal dão dano, a história é uma bagunça e foi uma eternidade pra zerar mesmo jogando de 2

O jogo é totalmente desbalanceado, os poderes sao uma merda que nao dao dano e a taylor swift só serve pra encher linguiça entre as missões e o vilao do jogo é o boneco mais aleatorio que tem

um bom jogo repleto de problemas, é a terceira vez que eu rejogo e sempre fica o sentimento de que o jogo poderia ser bem mais, ele se sustenta puramente em uma história legal e simples, mas divertida apesar de ter algumas barrigas aqui e ali. de resto o jogo não oferece muito como jogo, a gameplay é extremamente simplória e repetitiva com inimigos que se tornam esponjas de balas o tempo inteiro, a maior variação nos inimigos são os chefes que mesmo sendo legais são pouquíssimos, então o maior charme do jogo acaba sendo os diálogos muito bons, as interações entre os personagens são incríveis e raramente as falas se repetem, eles não calam a boca o jogo inteiro e nunca cansa, tudo isso acoplado a uma trilha sonora incrível, com diversas músicas famosas e perfeitamente encaixadas. o problema é que além da gameplay fraca, o jogo é muito mal polido, principalmente no pc, com diversos bugs e glitches, eu reiniciei o checkpoint diversas vezes e ainda tive tela azul no pc, além dele ser mal otimizado em questão de performance, se esse jogo não reaproveitasse a base do jogo dos vingadores ele poderia ser muito melhor do que já é

Entre a inevitabilidade da morte, entre a certeza de que tudo o que amamos e vivemos é finito, encontramos o sentido de seguir em frente através do medo de um já certo fim.

Há tempos não presenciava conceitos e temas tão complexos acerca da morte em uma mídia, e é surreal o quanto Persona 3 Reload me fez questionar certos dilemas enquanto o jogava.

De início, não nego que me encontrei receoso em relação a identidade própria que o jogo apresentaria. Utilizar praticamente toda a base do maior sucesso da franquia, o Persona 5, que cada vez mais parece uma fonte inesgotável de reaproveitamento pra Atlus, me fez ter medo de comentários como "Persona 5, só que azul" serem verdade.

No entanto, não demorou muito para esse receio cair por terra.

Persona 3 Reload trabalha muito bem com os temas que se propõe a desenvolver, e utiliza muito bem de seus personagens impecáveis para tornar isso possível. É uma história muito mais madura, muito mais densa em significados, que me fez ter boas doses de crises existenciais.

É digno de comparações diretas com seu companheiro de franquia não por suas semelhanças em mecânica, mas sim por sua grandiosidade.

O S.E.E.S brilha tanto quanto os Phantom Thieves, o Tártaro brilha tanto quanto ou até mais do que o Mementos, It's Going Down Now irá brilhar por muito tempo em minha playlist, assim como Last Surprise. Mas o ponto mais importante é que são brilhos distintos, únicos, especiais à sua maneira.

Em termos de "remake", não tenho como me aprofundar por não ter jogado qualquer outra versão de Persona 3, mas digo com tranquilidade que se há uma versão definitiva, essa versão é a Reload.

"Ninguém pode enfrentar a morte sem primeiro encontrar o sentido da vida..."

"Não se apegue ao passado e nem olhe para o futuro. Só viva o presente."

É até difícil falar sobre Death Stranding, fazia tempo que eu não ficava fissurado assim em um jogo, e pra ser sincero, eu torci o nariz pra ele na época que saiu, fui pela cabeça do pessoal dizendo que era ruim, maçante e desinteressante, mas acabei achando o total oposto, e sem dúvidas o jogo se consagra como um dos melhores jogos já feitos, melhor que vários Metal Gear ainda, infelizmente acabou sendo um jogo meio apagado por uma gameplay que não é pra todo mundo e um começo bem lento, recheado de cutscenes longas.

Começando pela gameplay que foi um dos pontos mais criticados pelo público em geral, acabou sendo uma das coisas que eu mais curti, sinto que encontrei um jogo feito pra mim, nunca pensei que fazer entregas fosse ser algo tão divertido, mesmo nos trechos torturantes da montanha de neve ainda era extremamente divertido, cada adversidade no caminho, cada equipamento que vai variando a gameplay de diferentes formas, perdi horas só fazendo tirolesas pelo caminho, no geral, fazer entregas é simplesmente sensacional, apesar de ter pontos em que de fato acaba sendo meio estressante, principalmente no finalzinho que o jogo te força a atravessar o mapa inteiro com uma desculpa bem bestinha. Sobre o combate, é bem simples e funcional, a porradaria tem impacto, as armas tem bastante variação até e são divertidas de se usar, um ponto bem legal é que se você matar um inimigo humano sem querer, você precisa cremar o corpo dele pra não causar uma obliteração. O tal novo genêro do Kojima chamado Strand acabou me surpreendendo também, as estruturas dos outros jogadores são uma mão na roda depois de conectar na rede quiral e elas ainda conseguem se conectar com as estruturas que você cria durante o gameplay.

O gráfico do jogo é simplesmente fantástico, as expressões faciais, modelos e até o mapa apesar de se resumir a terra e pedra são muito bem feitos, cada detalhezinho do jogo é extremamente bem pensado e mesmo 4 anos depois não parece ter envelhecido nem um pouco, o jogo consegue transparecer totalmente cada expressão e reação dos atores, que por sua vez deram um puta show no jogo, principalmente o mito do Mads Mikkelsen. E o gráfico do jogo que já é do caralho, acaba sendo somado com uma trilha sonora impressionante, fiquei viciado na grande maioria das músicas, ouvi Don't Be So Serious e Ludens diversas vezes, e apesar do jogo não ter um Walkman igual em Metal Gear, cada vez que uma música tocava durante as entregas era muito bem encaixado, a sensação de desolação e solidão que esse jogo transmite é uma parada bem única.

Por fim, tem o melhor ponto do jogo que é a história, pensei que ela seria bem confusa e difícil de entender, mas é justamente o oposto, o jogo te insere no universo dele muito bem já nas primeiras horas e cada ponto-chave da história é explicado de forma muito natural e te mantém preso durante a gameplay toda, é evidente que o jogo força diversas bizarrices sem motivo algum, mas todas elas são bem explicadas, o universo apresentado no jogo é interessantíssimo e é uma das melhores obras de ficção científicas já feitas, a forma com que o Kojima "previu" a época de pandemia foi brilhante, deixando ainda mais em evidência como as pessoas precisam se conectar mesmo em tempos difíceis, ninguém consegue sobreviver sozinho ainda mais em um mundo onde as pessoas se afastam cada vez mais, estudar em EAD, trabalhar de home office, o avanço das inteligências artificiais e da internet, tudo isso acaba fazendo com que as pessoas nem se vejam mais e o jogo acaba reforçando ainda mais como as pessoas devem se conectar. Cada personagem principal é bem desenvolvido e traz uma backstory maneira, destaque pro Heartman que é um dos melhores personagens do jogo, os twists da história também são muito bem inseridos, e tudo vai se amarrando com maestria até o último segundo do jogo, cada coisa introduzida lá no começo é usada durante o jogo todo sem você nem perceber.

No geral é um dos melhores jogos que eu já joguei e eu considero nota 10 apesar de ter alguns probleminhas, com certeza não é pra todo mundo, mas é uma obra que traz muita personalidade e inovação em uma época onde todos os jogos são muito parecidos e não trazem nada de novo, só apostam no seguro. Espero que Death Stranding 2 seja ainda melhor.