Silent Hill 3 com certeza tem a melhor protagonista em comparação aos dois jogos anteriores, pois aqui ela possui vida e sempre tem algo a dizer sobre si mesma através da interação de objetos do cenário. Além de que possui muito carisma, faz uso de ironia e de vez em quando elabora umas piadinhas bobas.
A trilha sonora como sempre é impecável, ainda mais que há músicas cantadas pela Mary Elizabeth McGlynn que são maravilhosas. O que senti falta foi o ruído do rádio que, honestamente, durante todo o tempo de jogatina foram poucos os momentos em que eu o ouvi – talvez foi apenas distração de minha parte ou os sons dos monstros eram tão altos que impossibilitou a escuta do rádio.
A respeito do cenário, diferente dos outros dois jogos, aqui não é explorado praticamente nada das ruas. Pra mim isso não chega a ser um problema, na verdade. Achei interessante como a todo momento estamos presos em prédios, hospitais ou lugares desconhecidos, dando sensação de claustrofobia já que não somos livres para andar por aí.
Algo que eu achei uma melhora em comparação do segundo Silent Hill foi a ambientação do Outro Mundo, apesar de que essa diferença faz sentido em ambos os enredos. No segundo ele não chega a ser tão assustador como o primeiro, mas aqui no terceiro essa atmosfera perturbadora volta e em momentos intensos há um efeito de movimentação nos monstros e nas paredes que faz parecer que eles têm vida.
Importante dizer que se você não jogou o primeiro Silent Hill, não vai entender muitas referências que são colocadas aqui no terceiro jogo – ao menos que você conheça a história –, devido ser uma continuação direta que ocorre 17 anos depois da primeira história. É incrível conhecer os nomes mencionados no primeiro jogo, os detalhes do cenário (especialmente na parte final) e principalmente o bloco de notas que é usado como save, que se não estou enganada aparece em dois exatos lugares que apareciam no primeiro.
Todavia, apesar de todas essas qualidades, um ponto negativo que se destaca são os monstros e os bosses. Os monstros por sua vez são frustrantes de matar, tanto que nem no Silent Hill de 1999 eu me irritei tanto para matar ou desviar deles. Já as batalhas de bosses são chatas e algumas acabam rápido demais. No que diz respeito sobre o design de monstros, eles são bem inferiores em comparação ao segundo jogo.
No geral, creio que Silent Hill 3 vale ainda mais a pena de ser jogado se você já for familiarizado com a história que o antecede. Aqui várias coisas são explicadas que complementam o enredo do primeiro jogo e fazem com que o jogador crie um maior carinho com certos personagens. Apesar de eu preferir um horror psicológico a histórias sobre cultos e fantasmas na maioria das vezes, gostei muito sobre como tanto no primeiro e principalmente no terceiro o enredo acontece em volta do culto, explicando seus planos e a origem de Deus – fiquei fascinada sobre como o nascimento de Deus se difere de qualquer outra história de religião.

Reviewed on May 28, 2023


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