Com uma proposta diferente de RE7, Village aposta numa experiência bem mais próxima de Resident Evil 4 misturado com um parque diversão distorcido com horror. No geral, essa mudança é muito bem aplicada e Village é um excelente jogo.

Com uma estrutura mais focada para a ação, pelo gerenciamento de inventário, lojista esquisito com frases marcantes e uma galeria de vilões bastante marcante. As semelhanças ao 4 vazam ao longo da campanha. Não que seja ruim, pelo contrário, a capcom sabe utilizar esses signos e criar uma experiência que consegue ter sua própria identidade. A vila é uma conquista a parte, após cada atração horripilante dos inimigos centrais, voltar para o vilareijo sempre traz novas opções de exploração e recompensa. O level design é incrível como um todo, seja no gótico castelo da Dimitrescu, seja na Vila arrasada por lobisomens ou pelo horror mecânico de Heisenberg.

Por sinal, essa identidade vem muito pela história e escolha de personagens para o elenco. O enredo é bom, ainda mais para um jogo de Resident Evil, e expande bem a personalidade de Ethan. A família da mãe miranda é cheia de figurinhas marcantes, como Heisenberg e, a queridinha do público, Dimitrescu. A história também toma rumos interessantes na parte final da campanha e deixa um bom gancho para o nono capítulo.

Apesar disso, o pouco tempo de duração, 16 horas levando tempo explorando, não permiti muito dos traços fortes realmente brilhar. Dois dos quatros vilões são um pouco rushado e o chefe final é só isso, um inimigo com zero desenvolvimento que serve de última batalha. A capcom poderia criar uma campanha maior para deixar mais tempo para esses personagens existirem e mais tempo para o jogador se apegarem a eles.

Por fim, Village é um jogo muito sólido. Mais um acerto forte da Capcom nesse ótimo catálogo de jogos dos últimos anos. Vale ressaltar, que a estética gótica caiu como uma luva, vampiros, lobissomens, alucinações funcionam muito bem nesse universo de zumbi e monstros horrorosos.