E se reduzíssemos toda a estrutura de risco-recompensa em um jogo simples de browser baseado em controlar um corredor com física merda? Pegando essa ideia, Bennett Foddy traz um de seus primeiros jogos, que consegue ser surpreendentemente viciante apesar do quão disfuncional pode parecer. Muitos podem olhar pra esse jogo e de cara falar "tá, é completamente imbecil e não vou perder meu tempo", mas parte do motivo do sucesso do jogo, é que maior parte vai olhar e pensar "é completamente imbecil, mas eu quero ir mais longe". Com essa simples motivação internalizada na maior parte dos jogos que envolvem algum nível de dificuldade, a experiência com QWOP se constrói, os sistemas podem ser problemáticos, mas o jogador quer se colocar acima deles, provar que consegue destrinchar e superar as dificuldades do jogo, e daí, pode surgir o vício, uma vontade sem fim de tentar denovo e denovo, até conseguir superar os recordes e chegar até o final. Agora, a pergunta que fica ao final é, porque gastar todo esse tempo com um jogo claramente disfuncional quando tem tantos outros jogos que constroem essa experiência de forma mais satisfatória, porque perder tempo se frustrando quando podemos jogar um jogo que segue um bom balanceamento e te deixa constantemente imerso? Exatamente, e é nessa pergunta, que também reside uma dúvida ainda maior e mais interessante; o que faz um bom jogo?

Reviewed on Nov 24, 2023


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