Tem um comentário a ser feito sobre a coragem de Yuji Horii e companhia quando os caras decidiram, lá em 1986, que o seu objetivo final estaria logo ali, assim que você termina o tutorial, bem na sua cara. É de uma elegância e confiança no que você tem pra mostrar que só me lembro de ser replicado com a mesma maestria em 2017, com The Legend of Zelda: Breath of the Wild.

Isso me choca um pouco. É uma decisão tão simples ao mesmo tempo que extremamente bem executada. Falando de Dungeons & Dragons por um instante, não é à toa que Ravenloft é possivelmente a campanha mais memorável até hoje. Essa visão, te motivando e te guiando por todo o continente (vale, em Ravenloft) é o que impulsiona sua aventura a cada batida do jogo.

Esbarrar no cativeiro da princesa desaparecida e ter de ignorá-la porque você simplesmente não está pronto e tem coisas mais importantes do que isso agora. É uma pitada de não-linearidade que te coloca dentro desse mundo de uma forma difícil de explicar. Adiciona um segundo objetivo, quase paralelo. Uma side-quest, alguns diriam.

É meio impressionante o quanto acertaram logo de cara aqui e o quão pouco precisou ser resolvido depois disso. Não poderiam ter pedido por uma base melhor para os jogos de RPG.

Foda-se aquele palhaço do Doc e seu papinho bunda mole querendo traçar uma linha imaginária definindo o que é e o que não é um rpg. Isso daqui é a história sendo feita. Tamo falando da Elite.

Reviewed on Dec 30, 2023


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