FFVII Remake é um movimento que usa o mercado em prol de um livre arbítrio criativo e expressivo.
Acredito ser o primeiro jogo com o nome "remake" que eu gosto mais do que a obra que o inspirou, mas isso faz total sentido quando também o termo Remake aqui é usado com um contexto bem diferente.
O que é refazer? Toda obra é viva e contida em si mesmo. Uma obra refeita não interfere em sua obra original, ou pelo menos não deveria.
Quando falamos da cultura de refazer obras, atualmente, temos uma visão de "fazer melhor", resumindo a qualidade a atributos tecnológicos que eu já disse, odeio. Isso leva a simples substituição e ao falso imaginário de que pode-se contar uma experiência melhor em um novo hardware.
FFVII Remake usa isso. Ele acredita que não apenas é possível usar o poder do hardware para uma experiência diferente(eu não sou contra isso), mas entende também a oportunidade de tal passar uma nova experiência dentro da substância do jogo. E isso é infinitamente melhor do que o simples "contar pelos gráficos".
Vemos uma expressão que absolutamente se estende em todas as nuances do ato de releitura e trás não uma substituição, mas uma expansão do jogo original. Expansão das mecânicas, universo, personagens, história e experiência.
Esse é um jogo completamente diferente do jogo original e qualquer crítica comparativa deve ser questionada.
Esse jogo propõe uma revolução em todas as suas camadas.
Ao usar um grupo de revolucionários para se opor não apenas a uma grande corporação, mas agora também ao destino em si;
Ao Refazer um jogo favorito de muitos fãs de uma forma diferente do esperado;
E ao usar o nome "remake" como um título e não como uma categoria.
Esse jogo faz uma releitura do OG tal qual faz uma releitura do termo REMAKE.
Não apenas é uma baita demonstração de coragem e ousadia, mas uma metalinguagem que já espero dessa franquia e do Nomura.
Excelente jogo, apesar de um pouco enrolado, me fez gostar ainda mais de seus personagens.

Reviewed on Nov 06, 2022


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