Como um fanático mais casual de terror (o meu filme favorito de sempre é Alien (79’) de Ridley Scott) e um ávido fã das propriedades Silent Hill, Siren e Evil Within, entrei a pés juntos para analisar DreadOut 2. Como todo o crítico profissional, antes de aceitar seja o que for, efetuei uma leve pesquisa: aventura em terceira pessoa reminiscente de Fatal Frame, survival horror como género, horror indonésio e paranormal; tanto elemento mesclado que gritava a indie obscuro de sucesso recaindo no deleite confortável dos meus gostos pessoais.

Não obstante as suas claras e óbvias inspirações, também esperava algumas falhas, claro, afinal de contas é um videojogo sem os muitos dólares de orçamento como tantos outros, mas valha-me Deus Nossa Senhora do Rosário de Fátima em Cristo que eu não estava há espera disto. DreadOut 2 é tão mau que só peca pela falta da sinalética de Risco Biológico, pois claramente não saí da experiência como a mesma pessoa; não se nota pela escrita?

Devia pedir desculpa pelas palavras duras e ásperas? Devia, mas não vou fazê-lo. DreadOut 2 vence, em certa medida, na atmosfera criada e um ou outro inimigo cujo design é minimamente interessante, mas o restante é tão sofrível que fico, honestamente, espantado que alguém tenha dado luz verde para este jogo ser comercializado. Dito isso um dos grandes problemas presentes em DreadOut 2 é este tentar inspirar-se em múltiplas temáticas ao mesmo tempo: um mundo aberto, mas vazio em conteúdo e espírito, mundos paralelos à lá Silent Hill, com quebra-cabeças ilógicos e um combate desajeitado de fraca precisão, Fatal Frame da Wish com a câmara fotográfica (irritante de manusear e imprecisa); DreadOut 2 é uma mistela de tudo e nada ao mesmo tempo, com ênfase no ‘nada’.

Podia ser só isso, mas existem mais arestas por limar. Contudo os seguintes se calhar nem com uma lixadora da BLAUPUNKT: objetos que aparecem aleatoriamente na visão do jogador, personagens com animações estranhas ou falta delas, texture pop-in muito frequente e todo o Inglês do título escrito quase regurgitado dos anais mais profundos do Google Tradutor.

Como se não bastasse, o clímax do videojogo é insatisfatório e deixa mais perguntas no ar do que respostas; terminando com aquele familiar sentimento de “é só isto?”. Quase oito ou nove horas de história intoleráveis que não desejo a ninguém. Eu juro que queria gostar de DreadOut 2, porque toda a temática apela à minha pessoa, mas não foi possível. Vou mais longe e deixo um apelo: não percam tempo com isto. Encontrem outra coisa, outro título, mas fiquem longe desta abominação.

| Plataformas | PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC
| Género | Terror
| Estúdio | Digital Happiness e Kittehface
| Publicadora | Digerati
| Preço | 19,99€

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See more @ https://dummies.pt/iddummies-fornada-no6-de-indies/
Mini-review written in European Portuguese
Played on Xbox Series S
Published on 09/08/2022

Reviewed on Jun 20, 2023


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