DMC 1 é um clássico precursor do revitalizado gênero Hack'n'Slash, que surgiu como um protótipo para Resident Evil 4, a clássica história que todo mundo já viu, mas como originário do gênero, ainda vale a pena joga-lo hoje em dia?

Contando a história do lendário filho de Sparda e um dos mais queridos personagens de Videogame, Dante, a sua primeira aventura jogável traz a jornada do caçador de demônios em uma ilha para derrotar Mundus em um castelo tomado por criaturas sobrenaturais e demônios, a pedido da icônica personagem, Trish, a misteriosa mulher que se assemelha a mãe de Dante. Apesar de que DMC nunca teve destaque em história, a desse jogo envelheceu bem mal, se é que pra época funcionava. Ela é bem tanto faz e dificilmente se sentirá envolvido a ponto de prestar tanta atenção nela quanto na Gameplay em si.

Falando em jogatina, Hack'n'Slash é aclamado justamente por essa questão de jogo. A possibilidade de controlar personagens habilidosos e estilosos ao manusear as mais diversas armas de seu arsenal é o ponto forte desses jogos. A liberdade de criar seus combos, a fluidez do combate, o impacto dos golpes, o desafio e os sistemas de Rank para classificar seu desempenho é o charme desses jogos, e isso que faz serem tão divertidos de jogar. Mas como obra que influenciou a estrutura do gênero, Devil May Cry 1 talvez não tenha sido o jogo que melhor envelheceu durante esses anos, talvez nem sendo jogável para pessoas que estão mais acostumadas a fluidez dos games atuais, como eu que vivo pagando pau pra gameplay do DMC 5, que já faz 2 anos de que lançou até o momento da análise. A princípio, jogatina do DMC 1 é bem estranha, os combos não são tão parecidos como os posteriores, você só pode usar uma arma por vez e a variedade é pouca, mas depois de um tempo jogando e pegando novas armas para ter um gosto diferente da jogabilidade, acaba até que sendo bem divertido. Para fãs mais Hardcore, DMC 1 não é o jogo ideal para fazer os mais absurdos combos, que leva o ponto de que o sistema de Rank desse jogo é bem zoado: Não é esclarecido qual combo ou estilo de jogo que recompensa a classificação, a barra some muito rápido, não dando tempo para se posicionar e poder dar a volta por cima e com minha experiência jogando, meus maiores ranks sempre foram quando eu jogava que nem macaco spammando Stinger ou usando a Nightmare-Beta direto (O sistema de rank não te penaliza por repetir ataque) ou golpes que prendem o inimigo num loop infinito de ficar travando no céu, que isso acaba sendo outro ponto negativo da gameplay. Os inimigos são muito vulneráveis a ficar presos eternamente nos mesmos combos e ficarem levando dano até morrer, o que acaba tirando um pouco do fator desafio. Em geral, a jogabilidade obviamente não é tão refinida mas ao se acostumar com ela, é bem divertido de se jogar, não sendo enjoativa e nem tão chata assim.

A Ost contribui muito para o combate. A franquia é muito famosa pela sua trilha sonora marcante e que funciona muito bem em combate. Acredito que vocês já escutaram pelo menos uma vez alguma música do DMC 5, então sabem bem do que estou falando. Devil May Cry 1 a princípio senti que tem poucas músicas, até porque penso que escutei Public Enemy o jogo todo, mas em nenhum momento enjoei ou achei que as músicas começaram a me irritar. É claramente um ponto muito forte do jogo.

Falando em visual de DMC 1, acredito que ele é o segundo jogo mais bonito da franquia, perdendo somente a beleza do DMC 4. Maior parte é focado somente no castelo, mas ainda assim não deixa de ser um esplendor com sua direção artística chamativa e bonita. Eu gosto do penúltimo capítulo que tem somente um cenário em destaque mas que ainda assim consegue ser um dos pontos mais bonitos de todo jogo. O que pode estragar essa experiência, é a câmera ser bem ruim. Mesmo sendo perspectiva fixa, DMC 1 tem uma das piores câmeras que já vi em um jogo, ela atrapalha tanto para identificação visual quanto em momentos de locomoção e nas lutas, como em chefes que ela se prova ser uma bela encheção de saco.

Agora falando do jogo em si, com 23 missões, acredito que em seu início até um pouco depois da metade pode até ser bem maçante de jogar. Você não vai ter muitos combos comprados, terá pouca variedade de armas e enfrentará sempre os mesmos inimigos, já que DMC 1 não tem grande variedade e ela pode ser prejudicada pela demora de introduzir novos adversários para o jogo, além de que existe fases na água que o estilo de gameplay muda e são bem chatas. Os chefes também são muito poucos variados, até porque a maior parte do jogo você reenfrenta bosses mais de duas vezes, sendo em uma dessas lutas com cenários mais estreitos e com uma péssima câmera para se orientar, acabando por ser bem chato de jogar. Mas depois de lá pra missão 10 que é até que rápido de chegar até nela, o jogo fica bem mais divertido, com uma variedade de inimigos e armas bem maior e tendo um ritmo mais produtivo. Se talvez te enjoar depois de um certo ponto, ainda assim te recomendo jogar até o final, principalmente porque a luta contra Mundus é bem divertida, se assemelhando a um Bullet'n'hell, sua segunda forma pode não ser aguardada batalha final, mas em compensação ela pode acabar rapidinho e te dar um certo desafio. Acredito que os momentos finais do jogo compensa bastante o jogo num todo.

Apesar de ser o primeiro e não ser realmente um jogo que envelheceu bem, acredito que a experiência com ele vale bastante, sendo bastante divertido de jogar e apreciar o trabalho dedicado a deixar Devil May Cry uma experiência marcante. Um recomendado título que influenciou uma geração inteira de videogames.

Reviewed on Mar 13, 2021


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3 years ago

Brabo apenas