O primeiro spin-off baseado em GH3 e o primeiro jogo focado em uma banda em particular. Embora minha impressão inicial tenha sido ruim, jogar novamente me trouxe algumas novas ideias e uma tendinite violenta.

Guitar Hero: Aerosmith poderia ser considerado um jogo biográfico, que de certa forma trata de maneira minimamente interessante a história da banda homenageada por ele.
Embora alguns altos e baixos da banda e seus componentes sejam deixados de fora do "filme" principal e sejam relegados às telas de carregamento, a ascensão à fama e consagração do grupo é bem representada, tanto pela gameplay, quanto pelos depoimentos dos integrantes.

A gameplay é quase a mesma de GH3, com mais uma alteração no sistema Hammer-Ons/Pull-Offs e uma dificuldade mais constante.
Além disso, perto do fim do jogo, somos desafiados com uma Guitar Battle especial contra o Joe Perry, embora ela pareça estar cumprindo uma função burocrática de lembrar que esse jogo é baseado em GH3 e, paralelamente, lembrar que o jogo se trata da jornada da nossa banda que serve como abertura fixa para o evento principal que é o show do Aerosmith.

Mesmo depois de jogar a versão superior, de PC, e voltar à versão de PS2, a modelagem dos membros da banda continua me parecendo duvidosa, na minha opinião.
Joe Perry (que ainda me parece lembrar o finado Alan Rickman) e Steven Tyler (com seus 30cm de boca) são decentes, desde que a câmera fique longe deles (spoiler: ela não fica).
O restante do grupo está bem fiel à suas contrapartes reais, embora a distância da câmera em relação a eles me pareça ser a principal responsável por essa impressão.
As animações estão excelentes na maior parte do tempo e o que o Steven não tem em beleza, ele compensa em presença de palco, o mesmo valendo pro Joe Perry.
Entretanto, Brad e Tom parecem estar presos num eterno loop de animação e se alguém olhar pra eles muito intensamente é possível que eles quebrem e comecem a fazer T-Pose.
Joey Kramer de longe é o mais robótico do grupo e suas animações recebem quase tantos cortes bruscos quanto o baterista padrão.

Naturalmente, com a presença da banda, as músicas têm uma qualidade muito superior ao que havia sido apresentado até então. Infelizmente, a ausência da normalização de áudio é carregada de GH3 e multiplicada por 10 aqui, com muitas músicas tendo uma guitarra muito alta e um vocal quase indistiguível.

A setlist, agora que tive a chance de aprender a gostar da banda, parece-me bem mais interessante e inspirada do que eu inicialmente achava.
De fato, as versões de algumas músicas apresentadas no jogo superam, na minha opinião, as versões de estúdio e posso citar alguns exemplos como "Nobody's Fault" (que se beneficia bastante do áudio estourado das guitarras e baixo) e "Sweet Emotion".
A participação do Run-D.M.C. ainda não me convenceu, mas é coerente com a história que o jogo tenta contar e as músicas contando com a participação do DMC são interessantes e (graficamente) bem animadas.
"Dream On" e "Mercy" estão, na minha opinião, no topo do que esse jogo pode oferecer musicalmente e são divertidas de tocar, mesmo na dificuldade mais alta do jogo.

Guitar Hero: Aerosmith abre o precedente que Metallica e Van Halen poderiam explorar e se aproveitar (especialmente considerando o jogo base de cada um), apresentando uma experiência divertida, memorável e que certamente agradou em alguma medida os fãs da banda.

Reviewed on Feb 27, 2023


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