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Nunca fui muito de jogar metroidvania. Meu contato com o gênero foi muito pouco, mas Ender Lilies atraiu minha atenção quando vi suas imagens e percebi que era um dos jogos que eu queria jogar este ano. Comecei a jogar sem nenhuma expectativa e saí surpreendido com esse jogo.

Ender Lilies, como já dito antes, é um metroidvania, no começo, tive um pouco de dificuldade, mas ao longo do jogo, você se acostuma, tanto a lutar quanto a fazer parkour. A jogabilidade é super fluida, e as habilidades têm uma variedade enorme que você usa de acordo com seu estilo de jogo. É muito interessante ver que não é a garotinha que você controla que está ali lutando, mas sim os espíritos que você coleta. No começo, você vê até o jeito desengonçado dela de se esquivar, PORQUE ELA REALMENTE NÃO SABE LUTAR. Futuramente, você vê uma evolução nessa esquiva dela, com ela realmente se tornando uma esquiva que a gente vê nos jogos.

O cenário do jogo, desde quando vi as fotos, foi o que me encantou. A arquitetura gótica, pesada e tudo destruído realmente nos faz pensar que o fim aconteceu. Diversos cenários te deixam melancólico, vendo o quão triste as coisas terminaram e o que aconteceu com as pessoas naquele lugar. O sofrimento delas é palpável, e tudo isso se junta com uma trilha sonora surrealmente boa. A música altera nos cenários e até durante o decorrer das fases de uma batalha contra um chefe. Vai de uma música mais pesada que te passa a vibe do cenário em que você está até canções mais infantis que te deixam até mais feliz no meio daquele caos.

Acho que um dos maiores problemas de Ender Lilies (pode ser que isso seja algo meu e varie de pessoa para pessoa) é que as cutscenes dos personagens e as mostradas até nos finais do jogo não causavam quase impacto algum em mim. Não sei se era por falta de uma trilha sonora mais forte ou se as cenas não conseguiam transmitir o que elas queriam de uma maneira mais intensa. Eu sabia que aquelas cenas tinham impacto, que eram para demonstrar os grandes problemas que cada personagem viveu, mas não consegui sentir esse peso na maioria delas. Ainda assim, isso não muda o fato de que, lendo os documentos e assistindo às cutscenes, você percebe a brutalidade por trás de tudo aquilo.

Sobre os inimigos do jogo, os chefes me fizeram passar um pouco de sufoco, mas nada extraordinário como em “Dark Souls”. Quando você observava o moveset dos chefes, via que não era impossível passar por eles e nem um bicho de sete cabeças. Era mais uma questão de prestar atenção no que você estava fazendo. Isso vale especialmente para os chefes principais. Existem diversos chefes secundários, mas eles não são muito complexos. No entanto, cada um tem uma pequena história envolvendo o que aconteceu com eles, o que torna enfrentá-los interessante.

Os chefes principais têm habilidades e personalidades únicas, e eles funcionam muito bem. Oferecem uma dificuldade com movimentos interessantes para você enfrentar e, ao final, mostram sua história, geralmente trágica.

As conquistas de Ender Lilies não foram nada complicadas. Você consegue completar todas em uma só jogada, e não demora muito. A exploração do jogo é maravilhosa e muito boa. Você se diverte muito pelo mapa, tendo que usar suas diversas habilidades em diferentes situações. Algumas partes exigem que você faça parkour para coletar certos itens, mas são poucas. Mesmo assim, continuam desafiadoras, e você precisa dominar a movimentação do jogo e o uso das habilidades para superá-las.

Recomendo muito jogar Ender Lilies. É um jogo que de fato merecia mais visibilidade. A trilha sonora e o design dos níveis