Borderlands apresenta ao jogador a um mundo, cheio de insanidade, desumanidade e morte, isso tudo recheado de humor cômico que te arranca sorrisos no caminho das atrocidades.

Ao adentrar o universo de borderlands, o jogador personifica uma caçador de recompensas em um mundo que promete recompensas para aqueles que se arriscam. Repleto de terras áridas, inférteis e com um fauna mortífera, o jogador adentra o mundo de Pandora. Esse planeta se apresenta como um lugar difícil de se viver, repleto de criminosos que recorrem ao crime para sobreviver, o jogador deve desbravar esse novo mundo, aos poucos o jogador entende mais sobre tudo que influencia neste mundo, as corporações EXTREMAMENTE capitalistas e os grandes mistérios do passados e tudo que envolve os artefatos eridianos. E o grande motivo dessa jornada ser iniciada é a promessa de um lugar chamado sepultura onde há riquezas intermináveis.

Observando todo o cenário exposto, a jornada por pandora demonstra um humor cômico com personagens caricatos. Essa sensação de caricatura me parece ser transmitida pela própria proposta gráfica do jogo, com esse meio cartoon, onde tudo ou é muito vibrante ou muito opaco, e a deformação dos corpos é muito mais aceitável. Essa deformação combinada com as cores torna tudo estranho, quando eu digo isso é para os dois lados, quando um bandido corre gritando para você com um granada na mão “die, die,die” e se explode em cima de você, tudo parece macabro, até ter uma dublagem de uma piada de um boss ou de um claptrap qualquer.

Esse manicômio chamado Pandora apresenta insanidade pelo fato de parecer o tempo todo que você está cercado de psicopatas, ou que a fauna agressiva pode te matar a qualquer momento, com skag’s e rakk’s gigantes por exemplo. A desumanidade passa pelo fato de que a morte para tudo e todos é banal, a ameaça de morte é constante e sempre seguida de risos macabros e rugidos tenebrosos. Mas por incrível que pareça sempre quando está tudo muito obscuro, há uma pintura na parede, um dublagem de claptrap que te faz rir.

A história vivenciada tem seu propósito exposto e é bem trabalhada com uma progressão sistemática, comuns em rpg’s no geral, as mecânicas de construção da build e do personagem são simples porém divertidas, além disso o jogo te recompensa por utilizar a mesma arma por muito mais tempo upando sua proficiência nela. As camadas de personalização de build não são complexas, mas são satisfatórias para o propósito do jogo.

Outro ponto que vale a pena ser citado é utilizar a história principal para apresentar as mecânicas do jogo, como os escudos, o fast travel e tantas outras. Isso torna a gameplay mais fluída e natural, gosto deste tipo de abordagem.

A jornada vivenciada é incrível, e quando se chega ao final me ficou a sensação de faltar algo, e ao refletir sobre isso cheguei a conclusão que era entender mais sobre as corporações presentes na história, como a corporação Atlas, Jacobs e a Hyperion. E isso é dado ao jogador com 3 maravilhosas DLC’s, cada uma delas com uma das 3 corporações de fundo. As DLC’s são a cereja do bolo que faltava, com elas o jogador percebe uma mão capitalista gigantesca atrás do mundo de pandora, e quando falo capitalista é por frases como “por favor, morra com poucos tiros, as balas estão em falta em pandora e são muito caras” dita por robôs da corporação Atlas em uma das DLC’s, isso é cômico e deixa também exposto as características desumanas que já havia sido dita. As histórias são cativantes, como exemplo temos a DLC envolvendo o Dr. Ned que conta com um plot twist e com uma temática completamente destoante do resto do jogo, trazendo zumbis para borderlands, isso imerge o jogador dentro de um novo jogo, um jogo de zumbi e experimentos maquiavélicos, além de apresentar a corporação Jacbos e toda a merda que a rodeia. Para finalizar tem-se a DLC envolvendo a corporação Hyperion e a revolta dos robôs, a lendária “robolução”, a parte mais engraçada e prazerosa de todo o jogo de longe, tudo nessa DLC é preparado para ser cômico, os inimigos, a história, a ambientação, a forma como tudo é comunicado é única se comparado com o resto do jogo.

Esse é ponto das DLC’s de borderlands, cada uma delas apresenta uma nova história para enriquecer a história principal, mas não somente, não é um fan service barato para agradar os fãs, não é um apêndice sem função, cada DLC, sem exceção adiciona partes da história que precisavam ser acrescentadas e o que mais impressiona é como elas são acrescentadas, a forma é única para cada uma delas, a temática, a estética, a forma como a história é contada, sempre parece uma parte que é diferente de todo o resto do jogo e ainda o complementa. As DLC’s são fantásticas.

Os lados negativos que valem a pena ser apontados giram em torno das mecânicas das habilidades dos personagens, principalmente da habilidade de Ação(ultimate). As skills são meio fantasiosas e reais ao mesmo tempo, o jogo se perde nesse limiar, além da simplicidade das mecânicas das habilidades, shields e armas que se não fosse por uma história cativante e principalmente pela forma como ela é contada e os elementos que a rodeiam, transformaria, talvez, essa fator negativo em uma coisa de muito maior expressão.

Outro ponto negativo é o fato de um determinado da história, ao sofrer uma traição, a personagem continua te dando missões e você vai seguindo as “ordens” dela, mesmo ela tendo acabado de te trair. Apesar da traição ser um bom plot twist, a continuação da quest advinda dela não faz nenhum sentido.

Reviewed on Jun 13, 2023


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