Um belo jogo, não só em prestar uma merecida homenagem ao original, mas sobretudo em como consegue segurar seus melhores momentos até basicamente a reta final do jogo. Confesso que o início havia me deixado com sentimentos conflitantes, achei ser uma versão um pouco mais conservadora dos temas tabus do primeiro, coisa que via principalmente numa direção de jogo mais conservadora, mais mastigada e telegrafada, tentando tirar um pouco do atrito e choque causado pela apresentação crua e violenta do Persona 3 original.

Contudo, na medida que a personagem do Aragaki se apresenta e sua nova roupagem e caracterização se desenvolvem, o jogo desabrocha muito do que faz ele especial. Gosto demais em como os conflitos são resolvidos, como as mecânicas conversam entre os aspectos de interação social, descoberta, grinding, dungeon crawling e farm de itens — tudo muito muito amarrado e sempre com um foco narrativo no impacto emocional, nada é muito desperdiçado e, até quando você acha que não está fazendo nada crucial, aquilo está conversando com o desenvolvimento do jogo em si.

Videogame com cara de videogame, mas na sua melhor forma. Uma leitura emocionante do que Persona 3 foi e, sobretudo, um boa investigação do que significa olhar em 2024 para como esses temas de morte, suicídio e perda ecoavam na juventude de 2009 e como retornam hoje para nós.

Reviewed on Jun 10, 2024


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