Recentemente, joguei o jogo Close to the Sun através do nosso querido Game Pass. O que me chamou a atenção logo de cara foi o fato de o jogo ser muito similar a Bioshock, pelo menos à primeira vista.

No jogo, assumimos o papel de Rose, uma jornalista que recebe uma mensagem de sua irmã, Ada, pedindo para ela se juntar a ela em Helios. Um gigantesco navio, construído por Nikola Tesla, navega em águas internacionais e reuniu os cientistas mais fodas do planeta para trabalhar nas descobertas do famoso engenheiro. Naturalmente, uma vez no local, você perceberá que o navio parece vazio e, preso a bordo, você terá que explorar o local para entender os acontecimentos que ocorreram lá e encontrar sua irmã.

Através de um dispositivo, Rose conversará com sua irmã e com outro cientista. As conversas estarão lá tanto para orientá-lo sobre como avançar na aventura quanto para revelar algo a mais da trama para você entender tudo o que está ocorrendo à sua volta. Ao longo do jogo, você se perguntará quando chegará o momento do encontro com esses dois personagens com os quais você construiu laços. E, por falar nisso, sem sombra de dúvidas, não tem como a gente não falar do enredo desse jogo, que é certamente de se elogiar, assim como o trabalho dos dubladores.

Além das interações pontuais com os sobreviventes, sua jornada, que é dividida em mais ou menos 10 capítulos curtos, será dividida em várias fases que misturam exploração, pequenos puzzles e perseguições. A exploração, por sua vez, será principalmente recompensada pela oportunidade de encontrar notas ou trechos de jornais, a fim de entender melhor o contexto da história do jogo, assim como as anotações deixadas pelas vítimas do caos do navio. Embora em alguns momentos seja meio chato explorar em Close to the Sun, alguns elementos narrativos são bastante interessantes. Portanto, recomendo que você dedique tempo para vasculhar todos os cantos do navio, o que, de qualquer forma, não deve levar muito tempo, já que os ambientes são bastante limitados e o jogo é relativamente simples e curto.

Quanto aos puzzles, são particularmente fáceis e apelam mais para o seu senso de observação do que para a lógica. Na verdade, eles se resumem a ativar alavancas. Portanto, acredito que ninguém nunca ficará preso no jogo por conta de puzzles ou qualquer coisa do tipo, afinal, tudo é muito tranquilo.

Por fim, minha parte favorita do jogo e o que de fato me chamou a atenção para jogar foi o survival-horror. De maneira geral, Close to the Sun é muito bom como um game de terror. Adicionando um toque gore aqui e ali, o jogo faz uso de uma atmosfera sonora e visual muito bem elaborada e, em geral, evita o uso excessivo de sustos repentinos, os famosos jumpscares, embora tenda a abusar um pouco deles nos primeiros capítulos só para dar aquele impacto inicial de leve. O visual da embarcação e os cadáveres espalhados contribuem significativamente para o desenvolvimento de uma atmosfera muito imersiva.

Quase sempre no jogo, você será perseguido. Esses momentos, altamente roteirizados, simplesmente exigirão que você corra. Há muita semelhança com Outlast, por exemplo. Seu personagem é indefeso diante de seus oponentes, e sua salvação será sempre na fuga. Além de problemas pontuais de otimização nessas partes do jogo, o fato de nossa personagem ser lenta demais acaba completamente com a imersão dessas cenas de perseguição. Os movimentos de Rose, mesmo durante uma corrida, são muito lentos, e algumas interações (como pular sobre uma mesa, por exemplo) sofrem de uma falta de precisão terrível. Parece que Close to the Sun cronometrou o tempo exato necessário para atravessar de um ponto A para um ponto B, e se você encontrar um caminho alternativo digamos assim, é morte certa.

No entanto, embora não seja perfeito, tecnicamente seja meio falho e o enredo talvez pudesse ter sido mais aprofundado, Close to the Sun tem a seu favor uma história muito legal, uma atmosfera muito imersiva e ambientes na maioria das vezes magníficos. O universo do jogo é, de qualquer forma, suficientemente boa para uma jogatina tranquila de 6 a 7 horas de gameplay. Como disse antes, ele é bem curtinho, sendo zerado por mim com 8 a 9 horas e chegando a um total de 14 horas para 100% o game. É um jogo que quem curte um Outlast da vida certamente vai ter um momento de jogatina bem legal e, claro, disponível no nosso querido Game Pass, é mais do que recomendado para testar.

Pontos positivos:

- Personagens bem desenvolvidos
- Uma atmosfera cuidadosamente elaborada
- Excelente direção artística

Pontos negativos:

- A lentidão dos movimentos
- As sequências de perseguição não funcionam bem
- Muito curto

Versão utilizada para análise: Xbox Series.

Reviewed on Jan 22, 2024


Comments