Absolutamente fenomenal.

Eles conseguiram, pegaram um jogo que já era praticamente perfeito e lapidar de um jeito que só a HAL sabe. Mas já era esperado, é Kirby, do Kumazaki ainda por cima. Mas eaí? O que ele tem acima da versão do wii?

A movimentação é a mesma, anda, corre, pula, slide e flutua. Kirby nunca foi exemplo de ser um platformer de velocidade tal como Mario ou Mega Man, mas sempre foi muito dinâmico. O remake trás um fast-fall parecido com o de Smash o que dá um pouco mais de dinamismo nas fases que exigem um pouco mais de precisão. Uma reclamaçãozinha que tenho é que aumentaram o hit-stop dos golpes UM TIQUINHO, coisa pouca, coisa que só um otário viciado tipo eu iria perceber e reclamar que afeta o fluxo de um jogo que é inerentemente mais lento que a maioria dos outros jogos do gênero. De resto tá tudo intacto. Se quiser movimentação um pouco mais rápida vai ter que esperar até aparecer o Ninja ou Wing (ou usar o Meta Knight).
Puxando o gancho das copy abilities, as duas novas adições são muito bem-vindas. Sand é bem mais criativo que boa parte dos outros elementos e MECH É SIMPLESMENTE GUNDAM, O QUE É FENOMENAL. Eu não conseguia conter meu sorriso enquanto jogava. Sair do forgotten land e ir pra esse te faz apreciar o quão rica é a gama de golpes das habilidades da série 2D, e lembra o quanto isso faz um pouco de falta no ambiente tridimensional do novo, e consequentemente, dos futuros jogos da série.
Ainda na gameplay, revisitar o level design do RTDL sempre é uma delicia, Kumazaki é um safado, ele tem umas sacadas nos micro puzzles de cada fase que tiram o tédio do andar e bater. O otário aqui sempre vai cair naquele puzzle que esmaga...
A dificuldade é... o que você esperaria de um jogo do Kirby, as vezes chega a ser ofensivo o nível de dificuldade na primeira campanha. Mas de prache, o jogo compensa com um pós-game, arena e epílogo que oferecem uma dificuldade decente.
A gimmick não mudou nada. As Ultra Abilities sempre foram um Show Off bem monótono desde o Wii, não muda muito aqui, mas uma nova animação de início e efeitos mais refinados ajudam na dose de adrenalina que vem nesses segmentos eventuais.

Indo para o que importa, o epílogo é maravilhoso. Kirby sempre teve um "problema" esquisito de passing na movimentação, dificuldade e até combate até certo ponto. Digo problema entre aspas pois não é nada que agride a qualidade da franquia. Só são pontos minunciosos que diferenciam ele de um platformer um pouco mais hardcore. Não tem nenhum desses problemas nesse epílogo. Controlar o magolor é rápido e intuitivo por conta do air drift e dashs do magolor.
A dificuldade é bem digna e nada insultante como boa parte dos segmentos de Kirby, early game é bem desafiador e late game (se você não upar muito) é um baita desafio. E o combate é estupidamente divertido e encoraja muito a versatilidade. Por ser combo based ele segue a filosofia de design que o Kamiya bolou lá em 2001 com Devil May Cry 1: Bata pra caralho, com estilo, não repita golpes, não perca o rítmo e ganhe um score bom. Assim dá pra sentir que a curva de aprendizado e o senso de conquista é muito mais palpável que a maioria dos outros jogos. Contribuí bastante que as mecanicas são gradativamente sendo apresentadas por meio do level design exímio HAL Lab.
Como é um modo bem curtinho, o sistema de skill tree completa bem rápido, tudo funciona na medida e dosagem certa. Se fosse maior, seria muito enjoativo considerando que o moveset do magolor, apesar de bem completo e versátil, é apenas um.
Quanto a história, gostei da proposta desde que foi anunciado e achei interessante o twist. Achei meio brisa e tals, não sou mto fã do Kirby Clash mas passo um pano e confio no plano do Kumazaki, pra ele expandir o multiverso é dois palitos...
Eu digo e repito... tenho CERTEZA que esse sistema de combos/skill tree etc. é zona de testes pra um futuro jogo "hack n' slash". E POR FAVOR QUE SEJA UM JOGO DO META KNIGHT, PUTA MERDA SE FOR ISSO EU EXPLODO. Se for 3D melhor ainda...

Não vou falar muito do Magoland, não é lá muito a minha praia. Acho legal isso ser o ultimate Mario Party dos Kirbys mas não é o tipo de requisito de platina mais apelativo pra mim, é coisa minha, não descarto o fato que isso é FODA PRA KRL.

Graficamente é um jogo bem polêmico, e já adiantando, eu gostei da nova cara, tá? Gosto muito de como o jogo era na época do Wii mas aqui está lindo de uma forma diferente, é mais vibrante, os cenários são mais detalhados e coloridos. Eu prefiro bastante algo novo, se for fazer um remake, QUE MUDE, o original ainda está lá, se quiser voltar e jogar o do Wii ele não saiu do lugar. Mas não dá pra ignorar que de fato a outline é tão low res que parece que saiu do Smash do 3DS...
Ademais, adorei a repaginada, cenários novos, alguns modelos novos, as cutscenes receberam um upgrade, o design do Dedede parece o wide neck daquele meme de 2019 mas tudo bem. É um jogo graficamente agradável. Ansioso para os próximos remakes.

ADOREI A OST REPAGINADA, MUITAS TRACKS TEM MAIS PESO AGORA. Rtdl tem uma das OSTs mais nostalgicas pra mim, ver ela recebendo um tratamento especial deixa o meu Samsung Music/Youtube Vanced bem feliz!
Obrigado Hirokazu Ando e Jun Ishikawa!

RTDL Deluxe é um prato CHEIO nesse enorme rodízio anual que é ser um fã de Kirby. Agrada todo tipo de fã da série, é uma ótima porta de entrada, e me deixa bem esperançoso para um eventual remake do Triple Deluxe e Planet Robobot.

Reviewed on Dec 27, 2023


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