Bom, acredito que esse peca em retratar os dois lados da mesma moeda entre Assassinos e Templários. Quer dizer, nem toca nesse assunto, pois está decidido qual lado é o vilão e qual o herói... uma abordagem bem preguiçosa.
Eu particularmente gosto bastante quando algum jogo da série mexe com tal tema, até porque temos alguns exemplos, como: AC 3, AC 4, AC Rogue (esse foi o qual eu questionava as ações de cada lado) e Unity. À partir daqui não lembro de mais nenhum; Talvez fazer com que alguns dos gêmeos tivessem alguma relação com algum(a) Templário(a) da trama pudesse, talvez, elevar o nosso apreço pelos personagens... mas, né?

A época escolhida, Revolução Industrial, considero uma das melhores. Pensem bem, foi até recente na história da humanidade, tipo quase 200 anos apenas. É bizarro.
O objetivo é o seguinte: Os gêmeos Frye vão até a cidade de Londres para resolverem a influência dos Templários. Até aí nada fora do padrão. A diferença entre os irmãos é bem notável, enquanto Jacob é baseado em brutalidade e não se importa com peças do Éden, Evie é baseada em curiosidade e honra.
Particularmente eu gostei mais do Jacob. Motivos:

- Ele não se importa em querer ser perfeito, afinal, ninguém é;
- Ele se importa muito com a sua irmã, pois é a única família dele. Só que a mesma está tão ocupada com a missão de querer seguir o legado do pai e ser perfeita que ela simplesmente não percebe que seu irmão está precisando de ajuda emocional, menosprezando o Jacob por cometer vários erros ao longo do jogo;
- Ele, em determinado momento da estória, dá um choque de realidade para sua irmã e para si mesmo dizendo que eles não devem serem iguais a alguém (no caso o pai deles), pois cada um é diferente e precisam encontrar um lugar no mundo;

Ao lerem isso devem achar que Jacob então é um personagem bem desenvolvido, não é? Assim... até que dá pra perceber o que a Ubisoft queria fazer com o personagem, tipo, como que uma pessoa bissexual iria encontrar um lugar seguro no mundo naquela época? Se bem que não teve tanto avanço nos dias de hoje para considerarmos seguro. Mas acredito que poderiam terem caprichado mais nesse desfecho.

A relação entre os dois irmãos, quando não estão se xingando, é muito boa, engraçada, brigam bastante e depois brincam. Pra mim não tem algo mais característico entre irmãos e irmãs do que essa relação de amor e ódio.

O combate é bem acelerado, às vezes até sobre-humano. Em muitas ocasiões eu optei em ser furtivo para não vir meia dúzia de inimigos batendo de todos os lados. Não que seja difícil, é até bem fácil, é que eu gosto da mecânica de stealth.

O parkour/exploração achei um passo pra trás. Enquanto em Paris (Unity) era mais orgânico, no Syndicate é bem monótono. Temos o gancho que ajuda bastante na movimentação para escalarmos prédios e rotas complicadas.

Conclusão: É bonito e com ótimos personagens principais, contudo os vilões e estória são bem esquecíveis. De verdade, não lembro de nenhum que tenha sido memorável. Talvez, só talvez, se fosse lançado antes de Unity (no qual foi um descaso com a saga) poderia ter sido mais bem recebido, mas acabou apenas sendo ofuscado pelo fracasso de seu antecessor e tendo um certo reconhecimento anos depois.

E pra que tantos objetos coletáveis, UBISOFT?! ME DIGA!

Reviewed on Nov 01, 2023


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