Acredito que esse jogo foi o 2º que mais me agradou no ano de 2021 (ano no qual eu joguei). Após jogar tantos títulos que não ousam/arriscam o suficiente em seus roteiros, mecânicas e personagens sendo mais humanos/realistas, este título me provou que não é necessário uma empresa gigante para que um ótimo produto seja feito.

Bem, começamos no interior da Europa no controle da adolescente Amicia, que por sinal será a única personagem que controlaremos predominantemente ao longo da jornada enquanto protegemos o seu irmão mais novo, Hugo. Após uma série de acontecimentos trágicos envolvendo a família deles é aí que a estória começa. Dois jovens devem percorrer uma boa parte do país enquanto uma pandemia está cobrindo o caminho deles em morte. Essa é uma boa narrativa pra empatia.

A ambientação do jogo surpreende ao ponto de você achar que está naquele momento histórico (experiência minha): Cenários cinzentos para mostrar o peso emocional, cores quentes para mostrar o conforto após um ou vários problemas, notável forte influência da igreja na época medieval tendo em vista imagens sacras em vários móveis, crucifixos e capelas.
Chegando nos vilarejos podem-se serem notados nas portas das casas inúmeros "X", avisando que ali residem pessoas afetadas pela peste e que os demais devem ficar longe. E falando em peste, somos apresentados as verdadeiras ameaças do jogo, os ratos. Eles sempre estão envolvidos em enigmas que só possuem um meio de solução, ou seja, fez errado vira comida de rato.
Porém, em relação ao combate entre humanos, aqui as possibilidades aumentam, já que em uns 90% do jogo você estará sendo furtivo contra eles. E sério, não é nem um pouco inteligente você querer confrontá-los pra um X1. Assim, o modo de como você pode distrair os guardas desse jogo é por aquele esquema de "nossa, ouvi um barulho ali... vou dar uma olhada e demorar um tempo pra voltar à minha posição original". Não que seja ruim, é apenas clássica seguida de uma I.A. suspeita. E também são até que curtas, você pode fazer speedrun dessas seções que pausam a narrativa dramática se quiser.

Quando Amicia mata pela primeira vez alguém para proteger o seu irmão é bem demonstrado o arrependimento e confusão que ela está sentindo. Tipo, ela não queria matar, mas precisou fazer isso para proteger alguém que ama, então ela apenas agiu instintivamente no início. E também ela vai amadurecendo e entendendo que para continuar viva naquele lugar, a morte dos inimigos é necessária.
E por falar em início, aqui irei comentar sobre alguns pontos onde a morte é retratada com tanta carga ao ponto de eu hesitar em continuar com certas escolhas. Pra quem jogou deve se lembrar daquele soldado encurralado em grades durante uma fase onde só tem corpos no chão... se lembrou? Bem, naquele momento eu hesitei. Fiquei observando e tentando usar meus 2 neurônios para encontrar uma outra alternativa... porém como não encontrei nada, nem devo ter procurado ou pensado tanto direito, tal soldado foi de arrasta pra cima. E logo em seguida veio um sentimento de culpa martelando a seguinte frase: "Será que eu poderia tê-lo ajudado?"
Sim, você pode ajudá-lo. Fiquei sabendo disso quando fui fazer um troféu do jogo relacionado a esse soldado.

Conclusão:
"A Plague Tale: Innocence" é um jogo linear que dificilmente o player irá se perder mesmo indo atrás de coletáveis ou só explorando pequenas áreas adicionais das fases, o caminho entre ratos e humanos já estão pré-definidos que não possibilitam tantas opções a nós, a história tem o seu potencial liberado logo de começo explorando bem a relação entre os irmãos de tentarem sobreviverem a todo esse caos, só que na metade acaba se perdendo um pouco colocando o sobrenatural (particularmente não tenho nada contra, só que eu achava que seria algo mais pé no chão), os personagens amigos tem seus momentos que poderiam ter sido mais bem aproveitados (apenas o Rodrick que conseguiu me prender o suficiente, e isso intensificou logo após ele encontrar o antigo negócio da família), senti uma ausência de interação entre Amicia e Hugo, tipo, eles compartilhando presentinhos ou conversando mais nos momentos calmos, a estória vai pra um lado heroico "o escolhido", particularmente eu acho essa narrativa meio passada, contudo, você nem vai se importar com isso enquanto estiver entretido na jornada e não ser um chatão.

Reviewed on Nov 01, 2023


5 Comments


7 months ago

Good review, really liked the commentary on the balance of colors. But this reads more like a 2.5 than 3.5/5?

7 months ago

@RedBackLoggd So, when I played and went in search of platinum, I was able to learn several things about the game and ended up liking it even more.
If I were to highlight something, it would be the atmosphere. She ended up winning me over.

7 months ago

I got you, makes sense. I like that you refer to the atmosphere with feminine pronouns haha. It's like a ship

7 months ago

@RedBackLoggd When translated by Google Translate, most pronouns end up being feminine.
Sorry for any spelling mistakes haha

7 months ago

You're good haha