A máxima acepção de SaGa como uma obra cuja história é sobre histórias: compreendendo que SaGa Scarlet Grace se inspira e assemelha-se aos títulos da série Romancing - na qual há uma elaborada construção de mundo a modo que ele seja um espetáculo para pequenas e sucessivas histórias -, Emerald Beyond baseia-se no que SaGa Frontier foi: Um mundo de mundos e mundos, no qual a incongruência gera histórias totalmente individuais, e que tampouco interagem entre si. SaGa Frontier se opõe a meticulosa e elaborada ordem que Romancing SaGa cria, gerando um universo totalmente caótico, mas que não soa tão desarmonioso, já que um dos principais pontos da série SaGa é ser uma obra cuja a história é sobre histórias.

É sob tal panorama que Emerald se desdobra: um jogo, que mesmo adotando a base narrativa do Scarlet, cria uma série de mundos com histórias particulares. Aqui o ponto não é exatamente impor ao jogador uma história tradicional onde se há um início, meio e fim bem delimitado, mas trazer o jogador à dinâmica daquele mundo, que pode ser semelhante a nossa realidade, ou até mesmo absurdamente estranho a ponto de ser cômico.

É perceptível a inspiração que o jogo toma para além do próprio Frontier: há elementos estéticos oriundos dos jogos mais antigos da série SaGa, e até mesmo algumas histórias parecem se inspirar em alguns conceitos dos jogos anteriores. Aliás, é interessante essa dicotomia que há de elementos oriundos do Scarlet com os dos jogos anteriores, pois é como se fosse uma dualidade do moderno entre o clássico. Não é algo que beira ao campo da intertextualidade, mas sim um aspecto fascinante e engraçado de se ver, como presenciar algum inimigo tradicional do Scarlet ao lado de uma fodenda lua com asas que tem uma língua maior que o cm de alguns que estão lendo.

Apesar de se inspirar fortemente no Frontier, há uma nuance entre ambos os jogos: enquanto Frontier se baseia no puro caos de espaço, onde a coexistência daqueles espaços soa incongruente, Emerald elabora uma razão para aqueles diversos mundos existirem. Partindo do famigerado “multiverso”, tal aspecto toma como o espaço em que os mundos se coexistem, não havendo mais aquela sensação de desordem que o Frontier possui (o qual deixando claro que não vejo isso como mérito do Emerald ou coisa do tipo, apenas como uma nuance)

Dito isso, Emerald Beyond para mim é um jogo que representa o oposto às coisas que Scarlet Grace me faz broxar. Não digo em relação ao que que comentei lá na introdução, mas sim sobre a dinâmica do combate, as quests extremamente obtusas, ao visual que eu acho extremamente feio... (sim, visual no sentido geral mesmo, acho esse jogo estupidamente feio D+). Em síntese, comparado ao Scarlet, para mim Emerald está há anos luz, porquê puta que me pario que jogo absurdo.

Apesar do meu exagero a cima, não julgo Emerald como um dos melhores da franquia (acho que nem iria entrar no meu top 5), mas é um jogo que representa algo que admiro da série: uma história sobre histórias.

Reviewed on May 01, 2024


1 Comment


14 days ago

PAREM AS PRENSAS, MASTER ESCREVEU UM REVIEW NÃO IRÔNICO E NÃO ZOEIRO.

Btw, belo review.