6,5/10 - Bom/Deve melhorar.
É um jogo indie com bom potencial. Em aspectos gerais, ele não vai tão mal, tenta inovar unindo elementos de gerenciamento/construção de bases/colônias com roguelike, contudo falha sendo superficial demais em ambas as coisas.

GAMEPLAY
Além de ser um roguelike simples demais e sem mecânicas aprofundadas fazendo com que o combate seja entediante e repetitivo (apesar de ter bosses divertidos), a parte de gerenciamento de base acaba sendo mais empolgante e interessante do que voltar as dungeons.
O gerenciamento de base/simulador de colônias é fraco, algumas das construções para a base são mal implementadas (a cozinha, que vira um minigame simples e mecânica life sim no quesito da fome, não ter nenhum upgrade para, por exemplo, fazer um dos seguidores cozinhar as refeições por você e colocá-las em alguma mesa, chega a ser um tipo de deficiência comum no jogo).
E os sistemas life sim do jogo como sistema de dia e noite, fome e até a devoção (no quesito das possibilidades pouco amplas de interação com os seguidores) têm muito a melhorar ainda.

ARTE DO JOGO
A arte, temática e conceitos do jogo são bonitos e bem feitos, é um grande atrativo do jogo que virou um padrão de qualidade no mercado/indústria indie. Mas lamentavelmente esse padrão indie só se aplica na arte dos jogos e trilha sonora, fatores esses que pesam mais num filme, série ou animação, mas num jogo tem menos peso na maioria dos contextos. Ou seja, só arte bonita não carrega um jogo nas costas.

TRILHA SONORA
Como citado anteriormente, a trilha sonora original é boa, só que carece de uma música tema (do jogo, especificamente) ou músicas memoráveis. Às músicas que tocam nas dungeons funcionam bem para o ambiente, mas são repetitivas, contudo.

ESTÓRIA
À estória apesar de básica e previsível, é boa e funciona para o que se propõe. As sidequests tentam trazer um pouco sobre os npcs, mas eles continuam como apenas planos de fundo sem relevância.

CONCLUSÕES E CONSELHOS
Toda a superficialidade da aplicação das mecânicas dos distintos gêneros do jogo acaba tendo uma péssima sinergia, que pode decepcionar quem se interessou por alguma das partes em específico.
É quase como se a parte roguelike fosse o grind/farm de recursos para a parte de cuidar do culto, e à outra fosse um pedágio para voltar para o combate.

Dicas de como deixei meu jogo mais interessante:
Só zerei após fazer todas as conquistas, e mesmo que os bosses tenham ficado bem mais fáceis, completar as cartas de Tarô e lãs e jogar a parte roguelike pensando nelas, pode tornar o jogo mais desafiador (como usar a lã que aumenta seu dano, e ainda tentar jogar sem tomar dano). Nem todas as cartas e lãs são boas, a maioria não é, mas são a melhor parte do combate.
Eu joguei mais voltado para completude do jogo/conquistas, e achei melhor passar mais tempo fazendo as coisas da base e só depois ir para as dungeons de tempos em tempos, senti que foi melhor assim.

O jogo apresenta alguns bugs visuais e uns que impactam na jogabilidade mesmo meses após seu lançamento (presenciei um em que se você apertar para acelerar o tempo, os seguidores travam e não fazem mais nada); estão corrigindo eles aos poucos. A desenvolvedora Massive Monster, mostrando trailers de atualizações e um curto roadmap, indicam a forte intenção de fazê-lo um jogo de atualização de conteúdo, o que não combina com a campanha do jogo, mas necessita-se sim de mais conteúdo. Um modo coop seria ótimo por exemplo, mas duvido que aconteça.

Foi um bom jogo e irei alterar a avaliação de acordo com o impacto que grandes atualizações fizerem. Recomendo (em promoção sendo um desconto bacana) apesar de seus defeitos.

Reviewed on Apr 18, 2023


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