Eu não tenho muito histórico com jogos de terror em geral, mesmo assim confesso que o que mais me assustava na ideia de jogar o primeiro Silent Hill seria lidar com os controles da época. Felizmente os cenários 3D, com a possibilidade (mesmo que limitada) de mover a câmera, tornaram a adaptação com a jogabilidade mais rápida que o esperado. O jogo tem um sistema de mapas inteligente, muito foco em exploração, um combate com nuances mas que pode por várias vezes ser evitado de acordo com as necessidade, o que gera vários momentos de pura tensão.

A história de Harry Mason em busca da sua filha desaparecida após um acidente de carro é propositadamente estranha e confusa, entre as poucas e suspeitas figuras encontradas explorando a enevoada Silent Hill, há diálogos que de tão esquisitos soam quase cômicos, não fosse pelo fato de acrescentarem à estranheza geral. Tudo isso para gerar a questão: o que de fato é real nessa jornada? Os puzzles à primeira vista parecem ser tão obtusos quanto a história, mas quase todos se resolvem com um pouco de atenção. Acho muito interessante os objetivos necessários para se chegar aos diferentes finais, e a forma como cada um gera uma interpretação diferente da história.

Enquanto todos os seus aspectos são elogiáveis, para um jogo de PS1 lançado em 1999, o que é de fato excepcional é sua trilha sonora (algo comum para jogos da Konami na época, aliás), e todo o trabalho de som de modo geral. É o que eleva a ambientação a um outro nível, e o que definitivamente mais vai ficar comigo após terminar o jogo.

Reviewed on Apr 06, 2023


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