O melhor: O efeito de transformação do cenário a partir de uma fotografia é fantástico
O pior: Os puzzles são muito fáceis e a história não empolga
Bruxaria: Só isso explica esse jogo funcionar do jeito que funciona

Viewfinder é um jogo de puzzle em primeira pessoa com uma mecânica única: a possibilidade de transformar imagens 2D, seja uma fotografia, desenho ou pintura, em uma recriação 3D do que aquela imagem representa, substituindo o cenário onde a imagem foi posicionada. É difícil explicar em texto, mas vendo no jogo fica fácil entender, no momento, por exemplo, em que uma foto de uma ponte é utilizada para construir uma ponte de verdade para atravessar o cenário. É um efeito muito impressionante, principalmente pelo alto nível de polimento visto aqui. Do primeiro até o último puzzle tudo funciona quase sempre do jeito que você imagina que vai funcionar, e é nada menos que incrível ter uma mecânica principal tão inovadora, e com tantas possibilidades de "quebrar" o jogo, sendo utilizada de maneira tão elegante.

Mesmo contando com uma mecânica principal já muito interessante por si só, Viewfinder também apresenta progressivamente novos elementos para os seus puzzles, como física e perspectiva, lembrando outros jogos do tipo como Portal, Superliminal e Antichamber. E mesmo para quem não é familiarizado com o gênero ou acha que pode ser muito difícil, é uma boa recomendação a se fazer, porque no geral é um jogo bem amigável, inclusive contando com um excelente recurso de rewind, incentivando a experimentação. Infelizmente, é daí que parte a minha maior frustração com Viewfinder: eu gosto dos conceitos e ideias apresentadas, mas acho que ele pouco explora isso em um desafio recompensador, com raras exceções. Um dos meus puzzles favoritos do jogo (que envolve uma melancia) é praticamente o único do seu tipo, e uma das mecânicas mais promissoras e interessantes é introduzida só nas partes finais, com pouco desenvolvimento, o que é uma pena.

Há, claro, uma história para contextualizar o mundo e suas ações, enriquecida com audio logs espalhados em cada fase. Mas, sinceramente, não consegui criar nenhum interesse nesse aspecto do jogo. A escrita e a dublagem não são do mais alto nível, mas pelo menos são fáceis de ignorar, já que o contexto geral é simples de entender. Viewfinder é visualmente muito bonito, tanto o cenário original quanto os criados pelos diferentes tipos de imagens, o que facilita no processo de recomendação para alguém. No geral, minha experiência foi positiva, principalmente pela inovação apresentada. Apenas sinto que essas mecânicas tão legais poderiam ser aplicadas num desafio mais interessante.

Reviewed on Aug 21, 2023


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