Amado por muitos, odiado por mais gente ainda. Essa é a tônica de Final Fantasy VIII, que teve o infortúnio de ser lançado após o maior JRPG de todos os tempos e antes de um dos jogos mais amados do gênero.

Considerado quase unanimemente o pior FF da trilogia de PS1, esse jogo tem diversas peculiaridades que o afastam do padrão da franquia, como por exemplo o seu combate, que abandonou totalmente o sistema de MP e criou uma nova mecânica: as Junctions, que se até hoje ela continua complexa, só consigo imaginar o quão inovadora ela foi pra época. Com esse sistema, o jogador une as Guardian Forces para cada party member, podendo assim anexar as cartas de magia para cada um dos atributos, como STR, MAG, VIT e outros. Cada uma das cartas é adquirida ou dando draw em inimigos ou usando refinos adquiridos pelas habilidades das próprias GFs, com cada uma dando números maiores para atributos separados (regen é uma das magias que mais concede vida quando anexada a essa virtude, mas quase não aumenta nenhum dos outros, por exemplo) e podendo até mesmo conceder dano elemental para ataques normais e aplicação/resistência de status.

Eu, pessoalmente, amei esse sistema. Lógico, no começo eu não fazia ideia do que eu estava fazendo e fiquei completamente perdido, mas no decorrer do jogo eu fui entendendo melhor e conseguindo magias mais fortes, tornando assim a experiência muito agradável, administrar as GFs para cada party member e ter que decidir o que vale mais a pena, colocar um Ultima da vida em dano físico para facilitar o combate ou em magia, para assim aumentar o dreno das outras cartas é algo que deixa a jogatina bem mais viva e interessante. Além do mais, é extremamente fácil quebrar o sistema e ficar praticamente invencível ainda no começo do jogo, o que eu não acho que era o plano inicial da Square, mas não tem como negar que ir atrás de cartas fortes pra conseguir demolir o jogo inteiro é bem gratificante.

O jogo também possui uma storyline secundária inteira envolvendo o Triple Triad, um minigame de cartas que eu, sinceramente, não me interessei nem um pouco, mas falando com uns amigos que jogaram, ele parece ser bem divertido, o que me deixa interessado em completar esse modo em uma eventual rezerada do jogo.

Outro aspecto desse jogo que é meio único em comparação com os outros jogos da franquia é a direção que a história toma, sendo muito focada na relação amorosa entre o protagonista, Squall, e o seu interesse amoroso, Rinoa. Como o grande fã de romance que sou, eu adorei acompanhar o desenvolvimento desses dois e, enquanto sou obrigado a admitir que ele começou de forma bem desengonçada (não vou desenvolver pra não acabar spoilando nada, mas fica um gosto na boca de que eles começaram a se gostar do nada), eles foram cada vez mais se aclimatando e se soltando, sendo, na minha opinião, um casal muito bom e bem gratificante de se acompanhar.

Mas não só desse casal vive o jogo, pois ele tem diversos outros personagens que, infelizmente, não atingem nem de perto o desenvolvimento que esses dois possuem. Sim, eles são carismáticos e não me incomodaram nem um pouco, mas não tem como negar que eu gostaria de ver um desenvolvimento maior pro Zell, pro Irvine, pro Seifer, pra Ellone e tal, eles são meio rasos demais pro meu gosto, principalmente a antagonista principal do jogo, que é difícil explicar o quão pouco ela conseguiu mexer comigo, tudo que a envolveu foi meio "whatever". Os únicos que se salvaram um pouco foram a Quistis, que teve um curto, porém interessante arco de personagem no começo do jogo, e o Laguna, que no começo parece ser só um personagem qualquer, mas ele demonstra sua grandiosidade no desenrolar da campanha.

Gostaria de dar destaque também para a trilha sonora, que é facilmente um dos melhores trabalhos do Uematsu (e isso quer dizer muita coisa, dado o tamanho que ele tem pra indústria) e uma das mais bonitas que eu ouvi no geral. Ela possui diversas trilhas marcantes, até mesmo pra quem não gosta do jogo, algo que não é muito comum.

Esse jogo tem diversas falhas, várias mesmo, mas é evidente que tem muito amor colocado nessa obra, a Square realmente se esforçou e se dedicou para fazer um jogo bom. E, enquanto muitos acham que eles não conseguiram e que os momentos bons do jogo não correspondem ao número elevado de inconsistências e de cenas simplesmente mal escritas, eu ainda valorizo essa experiência, que foi tocante, marcante e, principalmente, especial.

Reviewed on Dec 17, 2023


4 Comments


5 months ago

entendeu, sabe muito ☝️☝️☝️

5 months ago

@IgorSales simplesmente o pior jogo já feito, não tem como

5 months ago

com o pior protagonista já feito

5 months ago

@IgorSales e a pior história já escrita