Antes de tudo, Persona 4 é um jogo magnifico, com problemas? Sim. Mas ainda, sim, magnifico.

Na minha visão o ponto alto do jogo e aquilo que me prendeu nele foi a sua ambientação, Inaba é extremamente charmosa e relaxante de se conviver. Os cenários, a população, o sentimento de interior faz com que você realmente se sinta em uma cidade de verdade.
Apesar do começo não ter me prendido, por ser meio arrastado, conforme as horas, todas as peças acabam caindo no lugar te prendendo no jogo e criando uma experiência incrível.

A soundtrack do jogo é ótima, mas um pouco inconsistente. A main theme que toca durante todo o jogo é perfeita, e fica presa na sua cabeça, além disso, a soundtrack das 3 primeiras dungeons são ótimas e dão um clima perfeito para elas. Porém, em minha opinião elas decaem depois disso, os temas das próximas dungeons se aproximam mais de um barulho ambiente do que uma música de verdade, o que me deixa um pouco decepcionado. Tirando isso, a música do jogo ainda é um dos seus pontos fortes.

Outro ponto obvio, que torna Persona 4 tão bom são os social links, que em comparação com Persona 3, são muito mais profundo e divertidos de se acompanhar, tendo mais variações e temas diferentes. Todos passam a impressão de que os problemas deles realmente são reais e os afetam, e conforme eles progridem sua relação realmente se aprofunda.

O main cast me agradou muito mais do que em relação ao de Persona 3 (com exceção do Teddie, espero que esse urso fudido morra), todos possuem uma personalidade e traços bem definidos e as interações entre eles são divertidas se ver, eles parecem um grupo de amigos de verdade, apesar de todos serem totalmente burros, já que a história precisa disso para funcionar.

Agora para o único ponto realmente negativo no jogo, o loop de gameplay. O núcleo se manteve praticamente o mesmo do terceiro jogo, tendo algumas melhorias aqui e ali, o problema surge da "dificuldade", diversas vezes eu me encontrava tendo facilidade em um andar de uma dungeon, só para que quando eu fosse próximo e levasse hit kill das shadows comuns, o que me forçava a voltar para o andar anterior para farmar, que, não é rápido. Nos outros jogos eu nunca realmente senti que precisava farmar em alguma parte por estar fraco, a progressão era muito mais fluida, o que tornava a experiência muito mais agradável, das 62 horas que passei no jogo facilmente mais de 10 foram farmando, isso quebra muito o ritmo das dungeons, e torna uma experiência que era divertida em algo arrastado e repetitivo.
Em relação aos bosses não se tem muito o que falar, a maioria é fácil se você estiver no nível certo, com exceção de alguns que possuem golpes que dão hit kill, porém se você ousar enfrentar eles sem farmar antes eles são praticamente impossíveis, HKs em praticamente todos os golpes e dano nulo neles. Ironicamente o Boss mais fácil do jogo é o último, os golpes não dão muito dano e ele te dá bastante janela para atacar e se curar.

A história tem uma base e ideias interessantes, porem ela não me agradou muito. A ideia de descobrir o verdadeiro assassino por trás dos recentes assassinatos em uma cidade pequena e sues métodos, é extremamente interessante, mas ela se arrasta muito, o grupo principal é completamente imbecil, não sabendo conectar A com B, o jogo inteiro você consegue deduzir o que esta acontecendo, enquanto eles estão fazendo as mesmas deduções do começo. 80% do jogo eles ficam fazendo as mesmas perguntas "Quem está por trás dos assassinatos?", "O que é o Midnight Channel?", "Qual é a razão?", só para eles terem uma linha de pensamento estupida por uma caixa de diálogo e elaborarem mais, é extremamente frustrante.
O final do jogo melhora um pouco, mas não muito, a parte da dedução e revelação do verdadeiro assassino é boa, o jogo realmente exige que VOCÊ conecte os pontos, ao invés de uma simples cutscene, a atmosfera da última parte também é impecável, passa um ar de aflição e incerteza. O que mais me incomoda é o final boss, diferente da Nix ele não possui um, build up interessante ou marcante, se é que ele possui algum, nós praticamente só descobrimos a existência dele, logo antes da luta, e isso junto da dificuldade da luta o torna decepcionante, ele não passar um senso de perigo, algo que realmente está pondo em risco o mundo, ele só parece um Boss olho gigante que poderia ser o Boss de alguma Dungeon, isso tira um pouco do final, caso ele tivesse sido bem feito e apresentado, a conclusão melhoraria e muito, quando eu derrotei ele eu imaginei que outro Boss surgiria ou que ele teria outra fase, de tão ruim e desinteressante que ele é.

Bom, apesar dos meus problemas com a história e a gameplay é inegável que ele é o melhor persona até agora da franquia (não joguei P2EP ou o P5), tudo nele o torna um jogo extremamente charmoso, divertido e fácil de acompanhar e experienciar, facilmente um dos melhores JRPGS no mercado e uma recomendação a todos

5/5