This review contains spoilers

Levei um tempo considerável pra saber como ia avaliar esse jogo, em alguns momentos achei incrível em outros eu quis me m4tar enquanto jogava.

Começar falando do que eu acredito ser o ponto mais fraco: a história. Simplesmente clichê e previsível com diálogos questionáveis, diria que é mais do mesmo dessa onda de “simulador de pai triste”. O universo em si até que é uma ideia bem interessante mas a história não foi tão bem escrita pra aproveitar seu máximo de complexidade que pode oferecer. Até dá pra dizer que o Sebastian é de certa forma bem desenvolvido, mas o drama da família dele não me pegou em momento algum, na real só me irritou mesmo, parece que querem a todo custo te fazer sentir empatia pelo personagem de uma maneira forçada e te lembrar sempre que podem que isso não é apenas um terror e sim um grande dramalhão de família e afins, eu sinceramente não aguentava mais ouvir ele falando dessa pirralha da Lily (nome sem graça pra cacete inclusive).

Todos os personagens que eu achei minimamente mais interessantes acabaram mortos, em especial o Stefano e a Hoffman. Acredito que ambos poderiam ter sido mais explorados, principalmente o Stefano, eu nem achei ele um personagem tão bem
escrito assim, mas só por ser uma óbvia referência ao Hannibal da série NBC e ter muitos trejeitos do mesmo já ganha altos pontos comigo. Achei muito paia ele morrer no meio do jogo e a gente descobrir do nada que tinha alguém por trás como mandante, por mais que eu até tenha achado o Theodore interessante eu ainda preferia que o jogo tivesse somente o Stefano como vilão, e assim como ele o Theodore tivesse um jogo só pra si como vilão, pois também acho que ele foi mal explorado e sua introdução e morte foram bem corridas ao meu ver, outro personagem com potencial desperdiçado. Amei a Kidman mesmo ela aparecendo pouco, não opinarei muito mais sobre ela pq sei que é uma personagem mais frequente no 1, que eu ainda não terminei.

Admito que no finalzinho lá pro penúltimo capítulo a história tava começando a me pegar, mas eu senti que enrolaram TANTO pra resolver as coisas nessa reta final com um drama além da conta que simplesmente começou a me irritar.

Agora pra um dos aspectos que eu mais gostei: a ambientação e os cenários. Gosto de dizer brincando que gastaram todo o orçamento na direção de arte sobrando um troco de pão pro roteiro. Um dos motivos pelo qual eu resolvi jogar esse jogo inclusive foram pelos ambientes mais lineares projetados pela mente do Stefano, QUE COISA ABSURDAAAAA é exatamente o tipo de estética mais surreal que eu gosto, combina super bem com terror e com a estranheza da mente humana que o Stem incorpora. Fiquei bem triste quando percebi que não teria mais desses cenários quando o Stefano morreu, embora eu tenha gostado de alguns projetados pelo Theodore tbm, a estética das áreas mais lineares do início do jogo fez falta. Não só das áreas mais lineares como a do mundo aberto também, a mudança brusca de uma cidade irreal em colapso no meio da noite pra uma cidade em chamas não me agradou muito.

Agora outro aspecto que eu adorei mas que em certos momentos não tanto: a gameplay. Começar falando que acho esse jogo muito mais um action horror do que um survival horror de fato. As mecânicas de melhorar armas e habilidades são bem legais e satisfatórias, é até engraçado como eu achava o jogo ridiculamente difícil no início e conforme eu fui melhorando o Sebastian ficou tudo muito mais fácil. Embora eu não seja fã de mundo aberto e tenha ficado um pé atrás no início acabei me acostumando e de certa forma até gostando depois de um tempo (no entanto ainda tenho preferência pelas partes mais lineares). Achei que as boas fights seriam chatas mas gostei bastante da maioria, e eu não costumo gostar de boss fight. Parece que são vários jogos em um, mas até que aqui funciona, lembra resident evil, the last of us, silent hill, control e mais um monte tudo ao mesmo tempo. Acho sim que certos momentos são bem apelativos em relação a inimigos e afins, mas nada impossível no máximo estressante.

Num geral é um jogo sólido, com boas ideias, algumas bem executadas e outras não. Gosto de dizer que gastaram todo o orçamento na direção de arte e não sobrou nada pro roteiro, já na gameplay parece que foi por sorteio oq teria, mas nesse caso até que deu certo.

Reviewed on Feb 20, 2024


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