Correr em disparada por planetas extraterrestres enquanto toca guitarra pode ser divertido, mesmo que, na realidade, você não esteja fazendo muita coisa......

The Artful Escape entrega uma beleza visual que não se vê todo dia, é um jogo extremamente colorido que me fez vomitar arco íris. Ver a interação da guitarra com o cenário enquanto Francis desliza por barrancos intergalácticos me fazia sorrir em diversos momentos, mas pude perceber logo que o jogo não seria muito mais que isso a partir daquele ponto, senti que já havia visto tudo que ele podia me proporcionar já em sua metade. O show visual do jogo não conseguiu tirar minha atenção da repetitividade das fases, que ocorrem praticamente da mesma maneira, mal tive espaço para exploração ou para variar minha gameplay. Na verdade, o jogo inteiro tem uma estrutura bem passiva de gameplay, existindo varios momentos aonde tudo que você precisa fazer é andar para direita, e em outros casos, você nem precisa fazer nada. Me senti um pouco cansado ao final da experiência, por mais que o jogo seja curto. Eu não menti quando disse que deslizar por barrancos intergalácticos tocando guitarra era legal, mas SÓ fazer isso o jogo inteiro? não é tanto assim.

Mas não é como se eu não tivesse me divertido, me diverti sim, amei o trabalho de VA do jogo, a interpretação do Lightman foi a que mais prendeu minha atenção (e ouvidos!). A narrativa é bobinha, mas me engajou, tenho muita paixão por música (e arte em geral) então o plot me caiu como uma luva. A escrita não faz muito, mas também não finge que quer fazer, cria personagens com personalidades bem expostas e desenvolve seu protagonista, diverte do começo ao fim e isso já basta. Falando em música, ela é muito boa, amei o fato de poder ficar tocando guitarra praticamente quando eu quisesse durante as fases, gosto quando existe a interação da música com o jogador em jogos, seja ela ficando mais calma ou frenética de acordo com as suas respectivas acções na tela (DOOM, Devil May Cry V e outros) ou como é nesse caso, aonde EU posso interagir de modo direto com a música, escolher como ela se desenrola, adicionar ou tirar elementos.

É uma experiência curta, um espetáculo visual, sonoramente e narrativamente divertido, mas que cai na repetição em sua gameplay devido suas mecânicas e level design simples. Não tenho nenhum arrependimento de ter jogado e estarei de olho nos próximos trabalhos da Beethoven & Dinosaurs. Acredito que eles se mostraram super capacitados em fazer um VIDEOGAME com esse jogo, que apesar de imperfeito, é marcante e conseguiu me fazer sentir, que é a parte mais importante.

Reviewed on May 18, 2024


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