"War… has changed. When the battlefield is under total control, war becomes routine."

O ápice da identidade do Kojima em todos os aspectos, as coreografias cinematográficas exageradas, como um anime, temática profunda acerca de um conflito presente ou futuro, presença de MUITO robozão, e todas as besteiras e amarras que marcam essa franquia.

Eu fico feliz que o jogo funciona não apenas como conclusão, mas seus temas são extremamente profundos. O quanto é explorado o potencial da guerra com a tecnologia, sendo controlada por tal, das pessoas tratadas como ID, das armas como propriedade sem liberdade, a estimulação da guerra como mercado, além da desumanização dos soldados em relação as nanomachines, é uma realidade trágica e temível. O Old Snake, em seu ápice em escrita, personifica tal temática, uma arma móvel com propósitos políticos, com destino fadado ao conflito, que busca uma vida além dessa guerra. A metalinguagem nunca sai, mesmo que indiretamente em sua escrita, a prolongação do inevitável fim, dos personagens e da franquia, além de toda a crítica/representação do sistema FPS tão popularizado na época, como o sistema de câmera, loja do Drebin, e na utilização dos videogames para a guerra, tal qual VR.

Sua gameplay está no seu ápice até seu lançamento, gosto da liberdade como um shooter, onde consegue se destacar tanto no gunplay quanto no stealth, o sistema de camuflagem (mesmo que mais simplificado do que no 3), é super envolvente, acrescentando ao pacing e aprofundando a mecânica. O Kojima é o mestre quando se trata de envolver a gameplay com a narrativa, tal qual um jogo merece, a barra de psyche não só é uma mecânica boa na jogabilidade, como é usado nas cenas como psicológico/reação do Snake, além de promover a temática, afinal, ela conflita/limita o Snake quanto mais envolvido em guerra ele está.

Há quem critique o uso dos fanservices, mas considero uma execução perfeita para o publico alvo, ele traz e conclui personagens de toda a franquia, amo o envolvimento da Naomi e a exploração das falhas humanas do Raiden, além do uso direto de tal característica para a gameplay em level design e boss fights, as beasts, não apenas representações de traumas da guerra, também fazem alusão as lutas do primeiro jogo, além de serem extremamente divertidas e criativas em jogabilidade. Destaque a exploração gráfica do hardware do PS3, extraindo tanta expressividade e qualidade visual, e vejo um charme no tal filtro.

Eu não poderia pedir por uma conclusão melhor a franquia e seus personagens, a tal que me fez tão bem, fico grato. "This is good, isn't it?"

Reviewed on Jan 20, 2024


1 Comment


2 months ago

de fato uma boa review, concordo com quase tudo descrito