This review contains spoilers

"Man cannot face death without first finding meaning in life..."

Como pode um jogo errar tanto e acertar tanto? Vou começar com os erros disso... Apesar da excelente gameplay pressturn de Megaten, o que o rodeia, sua exploração, é ruim, com seu level design inexistente chamado de Tartarus, a dungeon principal do jogo que se resume a mais de 200 andares gerados aleatoriamente pelo jogo, sem qualquer esforço criativo.
Eu não consigo entender essa escolha de confidant, achei que era o mínimo dar um confidant para cada membro da party, e P3 não só não faz isso como também há confidant para bonecos que não se entrelaçam com a historia nem com a temática. Destaco unicamente os confidant da Mitsuru e principalmente os da Aigis.
Sobre seus personagens, a maioria apenas cumpre bem o proposito, principalmente dentro da temática, tendo um ponto ou outro de maior destaque. Como uma interação geral, de grupo, funciona bem, individualmente, a maioria razoavel, com exceção da Mitsuru e principalmente da Aigis. Como personagem, o maior destaque fica pra Aigis mesmo, com ela sendo a maior conexão a temática, uma robo que busca significado na emoção humana, que vive e evolui baseado no que vê.
Eu poderia falar por horas de cada detalhe narrativo dela, de evolução sublime, e como acerta em cada característica, inclusive carisma, mas ficaria um texto enorme. Resumindo o resto da maneira mais rápida possível; Akihiko chad, alicerce pra interação com uma boa evolução; Junpei top genéricos que já vi, não compro grande parte de seu texto; Takeba tem uma escrita muito bonita mas sua personalidade é um saco, mesmo que proposital; Ken e Shinjiro são boas ideias com execução média; Fuuka... Fuuka?; Chidori e Ryoji carregam boas temáticas e metáforas, gosto de seus significados como presenças, marcantes demais com lindas cenas; Elizabeth o ápice do carisma.
Então, quais suas qualidades? Primeiramente o básico do Megaten, esteticamente lindo, único em visual, character design característico pra época, quiça até classificado como emo, de praxe visual divino do Kazuma Kaneko, junto a sua OST além de perfeita, com a identidade Blues/Jazz com Rap, marcante demais. E agora, dando ênfase no maior necessário, porque eu ainda tenho um carinho imenso por esse jogo? Por conta de sua mensagem.
Sendo sua base o jogo inteiro, mas com real foco em sua segunda metade pro fim, o jogo trata sobre o significado da vida em relação a morte, tendo como exploração o ciclo, a emoção, e a aceitação. Se a morte é a maior prova da existência, absoluta e garantida, escrita no futuro sem uma escapatória, temos como única escolha desistir e ceder a tal? Qual o significado da luta, da existência, se há um único fim? Essa temática cerca a obra e os personagens principais se veem indecisos, não em como continuar, mas sim se há um porque de continuar, buscando o significado da vida, unicamente alcançado após aceitar que sua vida irá acabar, mas que apesar disso você irá viver, encontrando beleza no que temos, na vida cotidiana que levamos, aos laços que fazemos, e que ao chegar a hora de morrer, você partirá sem arrependimentos, sabendo da vida significativa que levou, vivendo ao máximo, das memorias que teremos e que deixaremos. A estética conversa muito com essa temática, visualmente e textualmente, gosto de ser um drama sublime, diante a situações extremas, as diferentes reações, dramatizadas mas dentro da realidade, que modificam e evoluem. Considero parte da experiência a constante interação com cada um do dormitório, que acrescenta muito individualmente para cada um.
Sobre a versão especifica do Portable, não me incomodei com o formato, mas claro, podia ser melhor, a limitação do visual podia ser explorada, com CGIs e outros recursos.
Apesar de todos os erros, o acerto é único, com sua reta final sendo uma das coisas mais bonitas que já vi na ficção, além da experiência extremamente marcante, e certas características excepcionais.

Reviewed on Feb 05, 2023


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