O tão curioso Zelda "dark", que sempre me interessou por tal apresentação, e que finalmente vim a consumir, e de fato, agrega muito bem para o objetivo do jogo. Tudo culmina para uma atmosfera fortíssima, trabalhando fortemente o desconforto, com o visual degradante da Twilight, cores fortes amarelas, prédios em pedaços, focado na desmaterialização, junto de os próprios lugares da Light, Kakariko nunca esteve tão acabada quanto nesse jogo. A música é um dos pontos principais para toda essa temática, já que ela trabalha muito bem os efeitos sonoros distorcidos em tons "estranhos", tudo para trazer uma certa agonia, que obviamente, é uma qualidade. E diga-se de passagem, assim como todas as pessoas sempre me falavam que iria me agradar, eu acabei amando a temática visual desse jogo, é tudo muito rico em execução, ótima utilização de cores e escolhas de design para os personagens e construções de cenários.
O início, apesar de ser tediante, é interessante pela simplicidade, o Link sendo uma pessoa heróica, mas para casos mais simples e casuais, nada em escala global de importância ou necessidade. E quando o jogo de fato começa, se torna muito divertido, seguindo uma linearidade, apesar de ser open world, mas que é proposital e bem executada, se tornando uma ótima qualidade e identidade. Meu maior problema com esse começo são as missões com o lobo de matar tantos inimigos para lotar o "vessel", que é tediante e repetitivo.
E com isso, é necessário um paragrafo unicamente destacando a qualidade do level design das dungeons desse jogo, tudo se conecta tão bem, de ir até certo ponto, conquistar um poder/gimmick e a dungeon inteira que você passou ter um novo leque de possibilidades, com puzzles criativos, extremamente perfeito para não haver softlock, além da perfeita conexão pelos objetivos, como na "City in the Sky", que você passa por toda a parte superior, e termina caindo onde era o começo, ou a "Temple of Time", onde você sobe até o topo, adquire a Dominion Rod, e ao voltar pelo mesmo lugar, seu objetivo está completamente diferente.
O combate do jogo, mesmo que simples, é muito bom, principalmente com as skills secretas que você aprende no decorrer do game. É interessante jogar isso após Dark Souls, onde de vez em quando tenta emplacar uma Boss Battle baseada em gimmick, e nunca acerta bem, enquanto no Zelda 90% das Boss Fights são baseadas em gimmicks e todas muito bem executadas.
Apesar de o foco de Zelda nunca ser muito o desenvolvimento de seus personagens, o trabalho na Midna é muito bom, muito humana, irritante e egoísta no começo, mas com uma evolução digna com o decorrer do jogo. Destaque para a sequência pós aparição do Zant, com o objetivo de ir até a Zelda, a música que toca, o sentimento de perigo e desespero, a reação dos NPCs, é tudo perfeito.
No final, foi tudo que eu esperava e um pouco mais, o jogo é lindo tematicamente, construindo uma atmosfera perfeita de todas as formas possíveis na mídia, além de um dos melhores level designs que já vi na vida, marcou ainda mais um interesse meu por Zelda.

Reviewed on May 07, 2023


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