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Bem, eu diria que foi uma experiência interessante. Os temas abordados no jogo são legais e sinto que vai se desenvolver muito nas continuações. Mas, não sinto tanto interesse no momento pra continuar a história, quem sabe um dia eu termine o ep 2 e 3, e dou meu olá final pra Charlotte.
btw as artes são muito lindas e estilosas.

This review contains spoilers

Hello Charlotte é um jogo 2D feito no RPG Maker VX Ace onde você é o Seth, um marionetista controlando Charlotte, a protagonista do jogo. O jogo consegue dar detalhes de worldbuilding o suficiente para teorizarmos do que se trata mas não o suficiente para decifrarmos completamente a realidade, o que vou explorar mais em frente quando eu jogar o capítulo dois e três. O que sabemos é que existem duas realidades, uma verdadeira, onde vive uma espécie de civilização alienígena e outra falsa, onde vivem os humanos, controlados, estudados e vigiados por esses alienígenas. Apesar disso abrir espaço para uma visão mais sci-fi, é interessante como etherane (assim em quase todas as suas obras), trabalha com religião e materialismo. Em todos os momentos desse jogo vemos referências a religião, a Deuses, e em todas essas referências eles estão no passado. Vive-se agora o presente sob uma nova ordem, uma ordem consideravelmente mais material.

"A humanidade que eu conheci deixou de existir, e desapareceu sem deixar rastros.
Os deuses em que eles acreditavam morreram e igrejas foram construídas como suas covas.
Caos se tornou ordem e, finalmente, tudo se acalmou.
E eu só posso sonhar, pois estou muito cansada."

Interessante, contudo, é como o enredo prossegue utilizando Charlotte e Felix, um garoto que ele precisa cuidar e um alienígena, para contar uma história sobre os Oráculos, seres considerados divindades que foram exterminados e caçados. A vida é muito hostil a deuses na maioria dos "canais" apresentados em Hello Charlotte. Muito possivelmente pode-se falar sobre opressão, liberdade, e o que isso pode significar analisando esse jogo. Além disso, não deixo de falar da jogabilidade, que apesar de nada surpreendente, é muito esperto com seus puzzles.

Hello Charlotte, artisticamente, possuí uma sensação surrealista e minimalista que eu pessoalmente gosto bastante. Sua simplicidade na arte é contrastada com o surreal e o horror, o que cria uma situação gráfica interessante de ser analisada.

Por final, deixo minha recomendação para quem quiser explorar melhor as temáticas desse jogo. Ele é curto, simples, porém cria um mundo com conceitos filosóficos a serem explorados nos outros episódios.

"Sabe, o Universo que criamos está morrendo.
Nada mais existe.
Tudo que podemos fazer é viver as memórias do passado, independente do quão distorcida elas sejam.
Em breve, nós vamos nos desintegrar, assim como esta terra e todos aqui."