É extremamente raro que eu escreva sobre prólogos de jogos que me interessaram e mais raro ainda é um prólogo não me decepcionar dado ao desleixo com bugs ou simplesmente por não me convencer de que vale a pena gastar dinheiro com ele.
De alguma forma, Monotonia: Primeiro Contato conseguiu quebrar ambos os paradigmas para mim.

Com uma premissa interessante e diversas sacadas inteligentes (além das referências), o jogo te leva por uma viagem tensa e você, caro trabalhador, tem a opção de quebrar a monotonia ou se tornar uma vítima dela.
Outros poderão definir muito melhor que eu as claras críticas que (e isto eu lembro a você) este prólogo traz, sem cair na palestrinha monótona.
É pela opressividade da ambientação e do contexto que você pode ter uma ideia do que o jogo pode te pôr a pensar, sem sacrificar de forma alguma a gamificação (um tanto metalinguística) para aqueles que não estão tão interessados em enredo.

Graficamente o jogo deixa claro o quanto de referências ele tem e é difícil não amar o estilo cartunesco e mórbido tal quão Fallout fazia tão bem.
Os sons podem causar uns calafrios aqui e ali e a atmosfera se beneficia demais deles.

Quanto a gameplay, bem, você precisa de um pouco de curiosidade. Você está num mundo injusto e não deve esperar que o jogo segure sua mão. Mas não tenha dúvidas, é fácil de entender o que deve ser feito e o que não deve. E agora que o jogo está traduzido para o português brasileiro, é ainda mais fácil pescar as ideias.

Alguns bugs podem ser encontrados, mas tenha certeza de que a equipe, que por sinal é muito disponível e solícita, está trabalhando incessantemente para fazer deste (e eu repito) prólogo um jogo que te faça querer ver o que te aguarda em Monotonia.

Como eu disse na minha análise sobre Akane:
É muito bom ver um jogo indie brasileiro fazendo tão bonito.

Reviewed on Oct 03, 2023


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