É difícil fazer uma análise de Detroit: Become Human, sem se atentar somente aos elementos da história, já que de gameplay, ele é o padrãozinho de qualquer jogo narrativo: Movimentação lenta (pra não dizer travada), exploração de pequenos cenários, e cenas de ação por meio de quick time events (com os quais não tenho problema nenhum), é igual a qualquer outro jogo da Quantic Dream, se você já jogou Heavy Rain tu ta em casa.
Sendo assim, o jogo seria completamente esquecível se a história não fosse FODA PRA CARALHO, porém, ainda assim é difícil recomendar (ou não recomendar) um jogo com base em um aspecto que foi basicamente criado por você, porque Detroit é realmente no nível de que suas escolhas moldam e impactam a história DE VERDADE (estou olhando pra você, Life is Strange), e essa é sua maior qualidade.
Bom, fato é que minha experiência foi positiva, jogar junto dos amigos é algo incrível, cada um comparando suas escolhas com runs anteriores, e vendo todos os possíveis cenários que você pode conseguir; eu mesmo, fiz o Hank sematar, e transformei o Connor no vilão da história, escolhendo a rota mais violenta possível, tudo isso enquanto meu amigo fez a rota exatamente oposta, e conseguiu um final totalmente diferente do meu (infelizmente com mais personagens sobrevivendo)
No que tange a roteiro, o principal atrativo do jogo é sua crítica social, que apesar de óbvia, não é rasa como muitos dizem, ela é na verdade muito bem desenvolvida, isso pra não dizer que é ainda mais relevante hoje em dia, especialmente no aspecto da revolta social, e crise de desemprego, realmente põe a caixola pra pensar; só acho que seria interessante caso houvesse uma linha de história onde jogássemos como um humano, para oferecer uma perspectiva da "nossa" parte do conflito, já que fica fácil criar empatia com os andróides jogando na pele deles, o máximo que a gente tem dessa parte é com o núcleo do Connor, mas fica meio mais ou menos. Não posso finalizar essa análise sem ressaltar QUÃO PORCO foi o plot twist da Alice, pelo amor de Deus.
Por fim, o world building podia ser melhor desenvolvido, pra variar, a gente fica limitado à ótica dos Estados Unidos, sem saber se a revolta se expandiu no resto do mundo (Lula fechadão com os andróides?? descubra em 2038), o máximo que a gente tem são os noticiários e revistas espalhados pelos cenários, que só servem pra desenvolver o sub-plot de uma terceira guerra mundial no Ártico, que não tem impacto nenhum na trama.

Reviewed on Jan 11, 2024


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