Quake 1996

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October 19, 2023

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August 6, 2023

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IMPORTANTE: Eu joguei na versão original, não no remaster da Nightdive.

Se eu joguei Dusk e ULTRAKILL antes, é claro que eventualmente eu finalmente jogaria o jogo que inspirou os dois e mais muitos outros "Movement Shooters" e até jogos tipo Half-Life, e é claro que estou falando de Quake, o jogo que evoluiu mais ainda o gênero de jogos de FPS, mas é claro, só porque o jogo foi importante para a indústria não quer dizer que ele por si só é o melhor jogo de todos, e infelizmente fiquei muito decepcionado quando joguei esse cara aqui.

A gameplay a essa altura do campeonato todo mundo que é fã de Boomer Shooters deve manjar, mas se eu fosse resumir em algumas palavras seria "DOOM 3D", não literalmente é claro, mas dá para ver como alguns dos aspectos que faziam DOOM ser DOOM estão presentes aqui, como algumas das armas que eram presentes lá, e falando em armas, quero é claro falar da coisa mais importante de qualquer boomer shooter, o arsenal, e infelizmente Quake tem um dos arsenais mais insatisfatórios e desinteressantes que já vi em qualquer jogo de FPS, a maioria das armas são fraquíssimas e causam dano pífio se comparado a tudo que vem da segunda fase do PRIMEIRO EPISÓDIO em diante, tipo, caralho velho, uma espingarda de dois barris causam pouquíssimo dano velho, uma FODENDO ESPINGARDA DE DOIS BARRIS, claro ela também não precisa matar tudo em um único tiro, mas poxa, podia ser mais forte que isso, e isso se aplica a quase todo o resto do arsenal, as únicas três armas que valem a pena usar são a Super Nailgun, o Rocket Launcher e o cajado de raio lá, esses até conseguem causar um dano decente, e quando digo decente quero dizer que para matar alguns inimigos tu vai gastar pelo menos um quarto dos tiros da Super Nailgun ou o cajado de raio para matar certos inimigos mais fortes, eles são mais uma necessidade mesmo, enquanto o Rocket Launcher... Bem, se quase todo jogo de FPS tridimensional indie lançado nesses últimos 5 anos tem Rocket Jump, é porque o jogo que originou tinha que ter um muito bom, e realmente, o Rocket Launcher desse jogo é muito divertido de usar, e o jeito que você pode skipar uma grande parte da fase com o negócio é muito divertido e dá mais valor de replay para Quake, e o Grenade Launcher até que é legalzinho também, mas fica ultrapassado com o Rocket Launcher por ter tiros muito inconsistentes, mas é claro, armas não são o suficientes sem inimigos para usar as armas não é mesmo? E como eles são aqui? Bem, eu tenho uma opinião meio neutra sobre os inimigos, por um lado, sim, os inimigos conseguem bem cumprir o papel de fazer o jogador ficar se movendo pelo mapa, e alguns inimigos são realmente perigosos de se lidar parados tipo os Shamblers e aquela aranha que spawna bomba teleguiada que causa muito dano, porém, o que reduz a qualidade do bestiário aqui é, primeiramente, como tem poucos inimigos no geral e ficam reaparecendo de novo e de novo durante todos os atos, porém o jogo tenta ainda agir como se você nunca tivesse enfrentado eles em todos os episódios, nunca tem um real fanfare para quando eles aparecem, eles só aparecem meio do nada na maioria das vezes, mas o que irrita de verdade é o quão esponjas de dano eles são, sério, os Shamblers devoram METADE das balas do Super Nailgun (isso se você não tiver menos ou não errar nenhum tiro), só que ok, os Shamblers são o inimigo mais forte do jogo, mas aí o que fode é que outros inimigos bem mais comuns são muito resistentes também, tipo um tigre(???) que aparece na segunda fase, ele tanka 2-3 tiros do Rocket Launcher, é muito tiro para um bicho que faria mais sentido se ele fosse "letal, mas frágil", e falando nesse diabo (o nome é Feams ou coisa do tipo seila não sei o nome de quase nenhum), o jogo abusa para um caralho de inimigos rápidos que causam dano pra cacete tipo esse que citei e os spawns, o que em certas doses é usado muito bem, mas em outros já é meio que um exagero, especialmente quando combinado com a movimentação do personagem e o level design (algo que por muito tempo subestimei demais quando o assunto era game design), e quanto ao primeiro ponto, sim, a movimentação é bem boa, entretanto eu não sei se foi porque eu joguei Dusk e ULTRAKILL antes mas as vezes a movimentação é um pouquinho travado até, mas no geral existe um motivo para muitas técnicas de movimento tipo o strafe e o rocket jump serem tão usados hoje em dia em jogos de FPS, entretanto o que limita a movimentação é o level design, que as vezes tem arenas bem abertas, incentivando se mover pelo mapa frenéticamente, mas muitas vezes é apertado demais, muitas vezes lhe PUNINDO por jogar do jeito que todo mundo fala que é divertido, ou seja, pulando pelo mapa com lança foguetes, isso é especialmente prevalente no episódio 2, onde muitas salas são tão apertadas que usar o lança foguetes é suicídio imediato, é ridículo, mas para não ser injusto, eu gosto como todo o level design é muito bem sinalizado e em nenhum momento tu fica confuso sem saber onde tem que ir, uma grande evolução se comparado aos outros jogos de FPS antes dele que muitas vezes você era obrigado a ver guia pelo menos duas ou três vezes durante o jogo para saber onde tem que ir, agora só antes de finalizar eu quero criticar também o quão repetitivo no geral o jogo é, o jogo tem 4 episódios, porém eu acho que o jogo arrasta MUITO durante sua duração, algumas fases são curtinhas, mas outras são grandinhas e combinado com tudo o que falei antes, mais alguns outros detalhes muito malvados tipo armadilhas que te matam imediatamente ou inimigos que spawnam ATRÁS DE VOCÊ(!!!), deixa a experiência muito cansativa em certas fases a ponto de tu só querer chegar logo no final assim que possível, o que não ajuda também é um outro detalhe que falarei daqui um instante, e assim como isso também o quão raramente o jogo sequer traz coisa nova para deixar o jogo mais divertido ou desafiador do episódio 2 em diante, exceto os inimigos novos ocasionais tipo os Spawns (pior coisa do mundo), e curiosamente, dos quatro episódios, apenas dois terminam em chefes, o que sinceramente acho que é por melhor, porque os chefes são um lixo total, o primeiro é literalmente só apertar uns botão para ligar um raio chocar ambos você e o chefe (no caso você pelo fato da boss fight ser são estupidamente fácil e o chefe com o raio) e atirar nele e PRONTO, MORREU, mas o último é pior ainda, não vou spoilar ele mas acredite, ele é um lixo. Mas é claro que não posso acabar essa seção sem falar do elefante na sala, o multiplayer, que não vou gastar muito tempo falando sobre o que todos sabem, mas de fato, é divertido para um cacete, mesmo que a curva de aprendizado seja um pouco alta.

Eu só quero ir logo para os visuais e gráficos que são ambos tecnicamente e visualmente sem graça e feios para um cacete, os gráficos serem feios posso até passar pano, foi um dos primeiros jogos de FPS 3D de todos, mas isso nem de longe justifica o quão raso e sem graça a direção de arte do jogo no geral é, lembra do meme lá do "Too Much Brown" quando o assunto era Quake? Eles não estão errado, tudo tem sempre a mesma paleta de tom sem graça de marrom e cinza, deixando as fases super esquecíveis por causa do quão idênticas elas são visualmente, o que também não ajuda é como o jogo nunca mantêm uma temática consistente para cada episódio, todo episódio pode ser resumido assim: "Uma ou duas fases militares, depois todo o resto medieval"... O que eu acho muito preguiçoso, seria menos repetitivo se fosse um episódio num futuro militar, e depois outro com temática gótica, e os outros dois daria pra tentar desenhar como seria, e visualmente os inimigos também são super esquecíveis, salvo alguns exemplos raríssimos tipo os Shamblers. Agora o que esse jogo erra com visuais, ele acerta com trilha sonora, a trilha sonora é MUITO BOA, ele ao invés de seguir a linha heavy metal de DOOM, ele segue algo mais sombrio e atmosférico, o que deixa algumas fases até um pouco mais assustadoras, uma pena que ela NÃO TOCA NA VERSÃO ORIGINAL QUANDO COMPRA ELA NA STEAM, eu ouvi falar que é porque as músicas ficavam no CD e como não vem as músicas fora do CD ela não toca, mas sem as músicas deixa as fases ainda mais sem graça do que já são.

Agora chegamos na conclusão final, e honestamente, eu estou muito decepcionado com Quake, eu estava tão hypado para jogar esse jogo, principalmente porque não só ele inspirou alguns dos meus jogos favoritos de todos os tempos, mas também como todo mundo falava que o jogo era do caralho, mas depois de jogar eu acho que ele é melhor lembrado como um marco nos jogos de FPS e nos jogos competitivos, eu não sei, talvez o fato de eu ter jogado Dusk e ULTRAKILL antes colocaram minhas expectativas um pouco altas demais, e também pode ser porque a versão original do jogo é um lixo mesmo, mas ainda assim, se for jogar Quake, algo que ainda assim recomendo depois de tudo o que falei, jogue pelo remaster da Nightdive, não só a movimentação é melhor, visualmente melhorado, e a trilha sonora ela funciona de fábrica, sem precisar baixar um mod para as música funcionar, ou então jogue Dusk, que é uma incrível sequência espiritual de Quake que melhora tudo o que o mesmo faz, não joguei Hrot ainda mas dizem que é muito bom, então talvez um certo dia eu jogue ele. E isso que só julguei o jogo base, dizem que os mission Packs Scourge of Armagon e Dissolution of Eternity são melhores que o jogo base, mas nem consigo rodar eles aqui fora do remaster. Enfim...

5.5 (quase um 6)/10