A frontalidade que compele essa dinâmica tão íntima de corpo e espaço, constitutivo na apreensão do movimento efetivo que se expressa enquanto figuração e objetividade. A performance exerce sua maior delimitação em Vanquish, sendo reflexo da típica antropofagia oriunda da genealogia dos japoneses, que é essa adequação e digestão de narrativas e arquétipos conceituais exógenos, afinal, Vanquish evoca Gears, Halo e outros jogos ocidentais - que há de ser um intertexto e interdiscurso tendo em vista que isso é um processo de retroalimentação mecânica e estética, dado que quem dirige Vanquish é o Shinji Mikami que concebeu esse paradigma de jogo de tiro no singular Resident Evil 4 e, sobretudo, nos jogos póstumo em terceira pessoa que pauta Gears nas suas formulações mais diretas, portanto, é um processo mútuo de adequação poética, no entanto, aqui localizado na idiossincrática totalidade discursiva e sistemática japonesa -, enquanto se ressignifica em um referencial japonês que radicaliza as suas tensões da imagem, não somente propondo um processo reativo ao personagem, e por extensão, ao jogador, mas fruindo o movimento por toda sua dimensão de vitalidade.
Sinto que isso é o que há de mais genuíno em uma projeção tanto imagética, quanto interativa, de subtrair do espaço sua intimidade, sua afirmação primitiva e ao mesmo tempo sofisticada, que configura, até mesmo um flerte com hermenêutica filosófica, o espaço que vincula o movimento incita e tedenciona as subjetividades, Vanquish entende isso afirmando essa condição em uma literalidade estilizada, criticando a instrumentalização da guerra para fins mercadológicos incitando e tendencionando qualquer sujeito que se procrie dessa perfomance, dessa teatralidade interativa, dessa singularidade fluída mediada pelos aparatos mecânicos e sensitivos de interação, pelo contato de transgredir os corpos pelo controle do espaço, uma disputa dos sentidos que o mesmo desdobra

Reviewed on Apr 13, 2024


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