Antes de começar a falar sobre The Pathless, gostaria de destacar que minha análise foi de certa forma influenciada pela conclusão total do jogo, então alguns aspectos que destaquei podem não causar problemas para pessoas que não sentem necessidade de procurar ou fazer todos os desafios propostos.

Para começar, gostaria de destacar que o enredo do jogo é bem insignificante, não temos muitos diálogos e a maior parte das informações aparece em texto nos corpos encontrados pela ilha e em escritas dispostas em paredes e colunas, ou seja, não espere muita profundidade na história principal. De certo modo, o enredo não é totalmente ruim, pois o final me impressionou de uma forma absurda, as cenas com diálogos e o cenário belíssimo em conjunto conseguiram criar uma atmosfera única e muito imersiva.

Sobre a jogabilidade posso dizer que as primeiras 7 horas foram divertidas, mas após esse período o jogo começou a mostrar sua pior parte, pois não se tem um desenvolvimento identificado em outros jogos (mesmo que alguns não gostem, esse desenvolvimento de habilidades é justamente para evitar essa repetição). O jogador não possui muito o que fazer a não ser atirar flechas nos amuletos que auxiliam na movimentação, e mesmo que os desenvolvedores tentassem variar essa mecânica colocando alguns outros sistemas que melhoram a velocidade e te fazem saltar mais alto, a jogabilidade continuou extremamente repetitiva.

O método de exploração de The Pathless é bem diferente e simplista, ou seja, não temos mapas e nem setas indicando quais locais devemos ir. Na verdade, tudo o que temos são indicações em vermelho dos pontos que devemos procurar para encontrar alguns elementos necessários para chegar ao chefe da região. Infelizmente, assim como a jogabilidade, a exploração sofre bastante com a repetição e com a falta de coisas para se fazer, pois só é possível voar e correr de um local para outro, o que no início é divertido, mas se torna chato e enjoativo com o passar do tempo.

Nos locais de interesse destacados em vermelho nós temos puzzles e outros pequenos desafios que, nos primeiros 2 mapas, são divertidos e extremamente bem produzidos tornando a sensação de exploração recompensadora, porém a partir do 3 mapa é perceptível a repetição, pois não existe muitas variações e possibilidades.

No jogo os únicos inimigos são os chefes de cada região, então o jogador é bem livre para voar, andar, correr ou brincar com os amuletos, e isso é um ponto extremamente positivo já que podemos selecionar uma playlist e apenas relaxar fazendo manobras de maneira satisfatória e extremamente fluida. Esse ponto é muito auxiliado pelos diferentes cenários e pela simplicidade gráfica, o fato do jogo não ser voltado para o realismo deixou tudo muito mais divertido.

Infelizmente, não posso dizer muito sobre a soundtrack já que durante a maior parte eu utilizei minha playlist, porém as músicas da parte final são sensacionais e casam muito bem com a proposta e com a arte.

Como destaquei, o maior problema de The Pathless é a repetição de desafios causados pela mecânica, o que poderia não ter acontecido caso os desenvolvedores não tivessem criado pelo menos 20 desafios em cada região. Por isso, recomendo que não tentem fazer TODOS os pontos vermelhos, pois a chance de enjoar e abandonar o jogo é enorme.

Com isso, caso o jogo não seja seu estilo eu recomendo esperar uma boa promoção, pois apesar de ter amado vários aspectos, a sensação que tive foi de ter gastado um pouco mais do que o necessário. Já para quem gosta desse estilo, acredito que The Pathless seja um jogo bem necessário, então recomendo fortemente a compra.

Reviewed on Sep 02, 2022


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