Eu comprei LoveChoice impulsivamente por estar em promoção a 1 euro na Steam, só estava a experimentar um jogo indie aleatório, não tinha expectativas. E para ser sincero, inicialmente estava a arrepender-me, achei que a história que estava a apresentar era dolorosamente genérica e que a apresentação do jogo era… pouco profissional, para ser simpático. Estive perto de pedir um reembolso nos seus primeiros 20 minutos.

E depois… eu entendi o ponto do jogo. Não quero estar a spoilar uma experiência de 2 horas, mas LoveChoice surpreendeu-me com o facto de que, apesar das suas limitações técnicas, consegue contar 3 histórias distintas que nos ensinam algo valioso sobre o que definimos como amar outra pessoa. A 1ª história é provavelmente a mais cliché, mas acho que ainda faz um bom trabalho a introduzir a gimmick principal e aproveitar o formato de um videojogo para ilustrar a sua lição. E honestamente, essa é a maior força do jogo inteiro: utilizar as oportunidades únicas que videojogos fornecem para reforçar pontos que outras histórias iguais noutros tipos de media não conseguiriam. A 2ª história foi a mais dolorosa e deixou-me comovido com a sua conclusão brutalmente realista. Mas a minha favorita tem de ser a 3ª história, a mais curta e menos dramática. No momento que a terminei gostei do seu twist final e até fiquei um pouco comovido, mas foi um daqueles finais que precisei de uns dias para refletir e digerir a sua moral. Sem dúvida, um modo fascinante de explorar uma lição tão simples. Essa em particular é uma história que vai ficar comigo durante muito tempo.

Por todos os défices técnicos que LoveChoice tenha, o jogo consegue compensar com o genuíno amor com que foi construído, é definitivamente um projeto de paixão feito por pessoas que tinham experiências reais e importantes a partilhar com o mundo. “The game encourages people to have a warm, soft, and understanding heart.” é uma frase usada na página de Steam do jogo e acho que não o poderiam dizer melhor. Pessoalmente, vou sempre preferir um jogo defeituoso com um coração e algo importante a dizer do que um jogo tecnicamente bom mas que se conforma a ser “mais um jogo bom”. Adoro videojogos.

Reviewed on Mar 31, 2024


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