Imaginem um jogo de Ben 10 onde você explora diversos planetas, viaja pelo tempo, tem acesso a 10 aliens e enfrenta vilões icônicos pela jornada. Parece ser o melhor jogo que a franquia já recebeu, certo?
Venha me acompanhar nesta review.

Mais um jogo de Ben 10 lançado a apenas 1 ano depois de seu antecessor, este título tem como premissa a seguinte base:
Vilgax invade Bellwood com um enorme projetor do Nulificador que solta diversos prisioneiros alienígenas causando a maior bagunça já feita. Quando nosso grupo de heróis formados por Ben, Gwen e Kevin percebem, a Terra já estava sob o domínio de Vilgax.
Contudo, devido ao Professor Paradoxo, nós voltamos no tempo para irmos em vários planetas e destruirmos os materiais que foram usados na fabricação do projetor, por consequência anulando as chances de o vilão obter sucesso em seu plano.
A estória é simples e com diálogos duvidosos, não passa disso.


Os gráficos são questionáveis. De um lado nós temos modelos de aliens muito bem feitos, e no outro nós temos cenários que são desagradáveis com suas composições e distribuições de cores.
As cores sem harmonia acabam gerando uma poluição visual de o jogador às vezes precisar forçar a visão para entender do que se trata tal detalhe no cenário. Acredito que o único planeta que se salva deste mal seja o do planeta natal do Artrópode, a união entre um laranja/marrom com azul casaram muito bem, mas os elogios acabam por aqui.
Sem falar do excesso do efeito bloom pelas fases, existe brilho onde não deveria e isto se torna um incômodo.


A gameplay é duvidosa. Parece que a física básica só deu um "oi" no estúdio responsável e saiu logo em seguida, pois a simples ação de pular acaba sendo dificultada pela colisão mal feita nos ambientes. Isso sem falar que deslizamos muito quando uma plataforma está se movendo, o personagem não fica travado nela, ele coloca sabão nos pés e segue a vida no abismo.
E este título foi o primeiro a não seguir com o padrão de "Beat'Em Up" dos outros jogos.

O combate é satisfatório, sem dúvidas. Cada alien carrega 4 atks especiais com mecânicas de combos, ou seja, "soco fraco + soco fraco + soco forte" e assim por diante.
Inicialmente os aliens tem 3 atks especiais desbloqueados, mas o último é desbloqueado após você adquirir XP derrotando os inimigos e elevando uma barra.

Acredito que o único detalhe que faltava para o combate ser ainda melhor do que "satisfatório" seria ele ter um impacto ou uma certa estratégia para cada atk ser devidamente útil, ou seja, uma sensação de que o atk forte É UM ATK FORTE, pois quando estamos cercados por vários inimigos inevitavelmente iremos optar por atks em áreas sem saber exatamente o que fizemos para chegarmos a esse resultado.
Ah sim, ainda tem mais um fator, ele se chama "distribuição de dano". Por mais estranho que pareça, o dano não é balanceado nesse jogo, ele não possui frames de invulnerabilidade quando levamos algum golpe, e isto acaba piorando quando o atk é contínuo, pois ele será insta-kill mesmo o player estando com a defesa levantada.


Os aliens são ok. Eles se resumem aos 10 primeiros de Alien Force, sendo o Alien X substituído pelo Bala de Canhão por motivos óbvios, entretanto, pode ficar tranquilo que o Alien X está presente no jogo.
O processo para nos transformarmos em alienígenas é até que lento, pois o Ben tem uma animação para apertar o relógio ao invés de ser instantâneo, e ainda tem o fator de não podermos escolhermos outros aliens enquanto já estamos transformados. Precisamos destransformar, irmos na roda de seleção e escolher o alien. Nas primeiras vezes é até legal porque você pensa o seguinte:
"Nossa, que detalhe bom."
Mas depois de uma fase isso só acaba sendo enjoativo.
Apesar de eu ter colocado que os aliens são "ok", eles são bem úteis em cada fase, nenhum deles foi esquecido para os puzzles, contudo existem as exceções (sempre) como o Gosma e o Macaco-Aranha. Os puzzles que envolvem eles costumam bugar.


Existem upgrades para coletarmos e novamente eles se resumem a enchermos o HP e Energia, mas nada que faça você se estressar.
Isto pelo menos na minha gameplay.


As fases são um caso complicado. Cada planeta que passamos irá focar em um alien, indicando que ele será o protagonista do level. Mas mesmo com isto presente, as fases acabam se dividindo em sessões de plataforma, puzzle e combate monótonos (sendo o último o que menos aparece, não é que nem um Hack and Slash). Se fosse para classificar cada um eu colocaria assim:

- Plataforma: Tristeza por conta da física duvidosa;

- Puzzle: Nem todos são bons... ou quase nenhum. O único que eu realmente gostei foi na terceira fase, pois ele acabou se mostrando mais orgânico do que o resto;

- Combate: Bobinho, porém interessante.

Menção honrosa para os mini games com nave após a conclusão de cada fase, é tão descartável que o próprio jogo reconhece e oferece ao player para pular o estágio.


Os bosses infelizmente se equiparam com o jogo anterior, radioativos.
Eles se resumem a "ele usou um atk, eu ataco ele, ele cria uma escudo imortal e esse ciclo se repete". Além do fato de eles também serem bugados, pois vários atks às vezes não registram para abaixar o HP deles e praticamente todos que conseguem se locomover na arena possuem atks hit-kill sem necessariamente serem hit-kill.
Nem mesmo eles possuem animações de que estão levando dano, ficam ali fazendo cosplay de muro enquanto o player esmaga o botão de soco do controle.
Todos eles são chatos, não tem um que se salve, porém o que eu mais considerei uma perda de tempo foi uma cobra com duas cabeças no primeiro planeta que visitamos. Sério, meu cérebro derrete só de lembrar daquilo, pois a "luta" se consiste em você ficar parado, esperar uma das cabeças soltar uma gás inflamável e você botar fogo... é só isso. E ainda tem a chance da bola de fogo não contabilizar e você precisar esperar mais um ciclo parado para ela soltar o gás novamente.


Bem, para a minha conclusão posso determinar que o jogo tem ideias ambiciosas que foram muito mal executadas. Ele está longe de ser um jogo ruim igual ao anterior, mas não chega a ser bom, talvez um "ok"... só que entre lágrimas.

A estória é simples, a gameplay é bugada, as fases não são tão interessantes e os gráficos são confusos.
Apesar de cada planeta conter puzzles individuais, eles não preenchem tão bem a exploração.
E os bosses... é melhor eu não comentar mais do que isso.

Mesmo que ele, assim igual a maioria dos jogos de Ben 10, tenha feito parte da minha infância, eu com certeza não recomendaria ele hoje em dia. A experiência com ele está bem longe do que a minha memória pode encobrir.
Espero que o último jogo da franquia lançado para o PS2 consiga fazer melhor.

Reviewed on May 24, 2024


2 Comments


23 days ago

Qual é o melhor jogo do Ben 10?

23 days ago

@Geno123 Depende muito, pois cada um tem um certo apreço com cada jogo. Mas até o momento, em termos de "minhas notas", o Protector está na frente. Possa ser que isso mude após eu concluir o Cosmic Destruction, mas quem sabe, né?