Se o game anterior da trilogia já era um jogo mais de ação do que de fato algo de terror que dá sequer algum medo ou arrepio que seja, chutaram totalmente o balde nesse terceiro jogo que o que era para ser em tese o melhor por ser o tal prometido fim de toda a trilogia é o mais fraco dentre os três por se "inspirar" até demais na sua tal "fonte de criatividade", que não tem como agora não afirmar que F.E.A.R 3 se tornou definitivamente um "cópia só que não faz igual" de um Call of Duty, com só os tais elementos gerais e narrativos de "terror" de toda a trilogia F.E.A.R para diferenciar de alguma forma, que se a estrutura que copiaram não fosse tão boa, esse jogo seria um desastre, mas para mim, ele pelo menos é legalzinho e divertido no todo de jogar, mas extremamente compreensível em parte dos fãs do quão esse jogo foi e é uma decepção.

   A trama volta a ter como principal protagonista o mesmo do F.E.A.R 1, conhecido como "Point Man" que, em conjunto com o seu irmão, "Fettel Paxton", aquele vilão mesmo que tinha morrido com um tiro na cabeça pelo próprio irmão no primeiro jogo, de alguma forma inexplicável voltou e se conectou a seu irmão e meio que virou uma entidade própria que possui corpos por onde passa e lança um certo poder psíquico genérico em seus inimigos, que após o final bizarraço do segundo game, Alma ficando grávida do antigo protagonista Beckett precisa da ajuda dos seus filhos para conceber essa criança. Não bastasse só isso, em meio à trama o game mescla até conceitos de seres meio "zumbis" com bombas coladas no corpo e o uso lá das armaduras de combate estilo as que vemos em um "Advanced/Infinite Warfare" do próprio Call of Duty, que eu sei que tinha isso nos games anteriores, principalmente no 2, mas não de forma corriqueira como aqui na história e na maioria das fases com inimigos bem futuristas demais para meu gosto, que perde todo o conceito que pelo menos ainda tinha de terror antes em vários momentos no segundo game, que mesmo que pouco, pelo menos existia, e aqui só foi mais ainda para o lado da ficção científica do que do terror de fato.

   Até o sistema de Kit Médico não foi poupado; retirado para ser totalmente uma cópia estrutural de um Call of Duty, onde a única coisa que se sustenta dentre os três games que consigo lembrar para esse aqui é a mecânica de Slow Motion mesmo, porque praticamente quase tudo foi direcionado para o jogo em que foi inspirado. E é sempre bom mencionar que, mais uma vez, a campanha é dividida em Intervals (Intervalos), onde aqui são 8 até o final do jogo.

   Abrir esse espaço agora para falar um pouco e de forma bem breve do final, então se for jogar peço que vá para o último parágrafo para evitar spoilers, pois bem, que final bizarro foi esse, que parece que a trilogia não consegue fazer um final redondinho e bom ou sequer que não seja tão estranho/esquisito desde o segundo F.E.A.R, onde aqui como que o "Point Man"mata uma forma psíquica do irmão com outro tiro na testa assim como fez com ele em vida, é até meio meme isso para uma forma espiritual do irmão que não tem nexo nenhum morrer com uma bala normal, mas ok, toda a base do final é legal apesar de meio clichê, mas a execução e essa proposta corrida para terminar logo ficou tão "torto" que perde demais a credibilidade dos acontecimentos dali em diante, acho que o final alternativo tem mais crédito por ter mais coesão do que o principal, mas é muito perturbador e extremamente compreensível do porquê não o colocaram como o oficial.

Em resumo, F.E.A.R 3 se "baseou" tanto na sua inspiração que perdeu toda a base que construiu nesses anos para o fim dessa trilogia, e apenas ganhou essa reputação de apenas uma cópia genérica de um Call of Duty com leves elementos de terror, só que mais pautado em um jogo de ficção científica, que pelo menos é legalzinho e sempre divertiu para mim pela progressão de fases que no dois me ganhava pela grandiosidade dos momentos e agora mais pelo uso das habilidades do próprio Fettel, ainda mais se você jogar de forma cooperativa da qual esse jogo todo foi idealizado, um com o "Point Man" e o outro com o "Fettel Paxton", mas no geral, pode esperar um jogo bem medíocre/legalzinho que mais serve para tirar um tempinho brincando do que uma experiência marcante com uma história completamente boa, o que é uma pena porque a Alma, que é uma vilã tão interessante e marcante na história dos jogos, merecia muito mais do que esse desfecho meio-termo para uma trilogia com tanto potencial.

Reviewed on Dec 02, 2023


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