SIGNALIS é um jogo que consegue ser a peça que faltava no grande quebra cabeça de "Jogos que eu queria que se parecessem com o meu jogo favorito, mas que fizessem de uma forma diferente", digo isso porque eu acredito honestamente que seja uma tarefa fácil para o mesmo se colocar no mesmo patamar de qualidade de jogos como a trilogia de Resident Evil original com câmera isométrica e Silent Hill 2, que marcou e influenciou inúmeros jogos do gênero e por mais que Signalis mostre de forma escancarada suas inspirações, ele ainda consegue culminar em um produto sólido, criativo, estilisticamente interessante e que sabe vagar muito bem entre a perspectiva moderna onde seus jogadores estão e as obras que existem no mundo enquanto ainda mantem as bases clássicas como gameplay e até clichês intactos, mas acima de tudo, ele te convida a sentir a experiência mais do que compreendê-la

SIGNALIS não é um jogo que tenta ser revolucionário para o gênero de jogos de Survival Horror como DOOM foi para os jogos de FPS, mas ainda é uma obra que conhece os seus limites e ainda consegue sintetizar algo especial mesmo com todas as suas limitações, consegue ser uma obra fantástica e atual enquanto cria aquele sentimento gostoso de jogo antigo como nós lembramos a primeira jogada dele, contando com um polimento incrível, tornando uma recomendação fácil apenas por isso

No âmbito da história, evitarei entrar em qualquer tipo de detalhe sobre a mesma, acredito que ela está no ponto que poucos sequer conseguem sonhar em chegar, uma história intima, pessoal mas que em momento algum se faz monótona ou desinteressante, visto que, mesmo sendo uma experiência propositalmente obtusa e que sabe muito bem brincar com esse fato, a obra não tem como principal objetivo ser dissecada e ter cada pedacinho analisado, ela apresenta convenções que outras obras apresentam com a finalidade de se tornar familiar, mas nunca deixa essa intenção cair na mesmice, te convidando muito mais a sentir junto com a Elster cada passo da sua jornada ao invés de compreender friamente os ocorridos

A jogabilidade é o ponto mais fácil de se discorrer sobre, afinal, SIGNALIS não tenta reinventar a roda, se assemelhando bastante com o primeiro título da franquia Resident Evil, graças ao seu foco em resolução de puzzles e conservação de recursos, mas abre possibilidade para ser rejogado com desafios como não matar nenhum inimigo, não tomar dano entre outras possibilidades

Outro ponto de Destaque é a ambientação do mesmo, se passando principalmente em ambientes futuristas distópicos controlados por um governo autoritário, SIGNALIS consegue tornar mesmo os frios brancos, vermelhos e azuis desse mundo especiais, principalmente ao complementar toda a fundação mencionada até agora, aliado a uma trilha sonora que desde a primeira vez que eu joguei e zerei, venho ouvindo sem parar, trilhas emotivas e melancólicas compostas por Cicada Sirens, 1000 Eyes e Tom Schley elevam ainda mais tudo previamente mencionado

Posso continuar gritando aos quatro ventos por quanto tempo eu quiser o quão fantástico SIGNALIS é e o quanto ele me impressionou e que eu definitivamente recomendo a mesma mas de toda essa experiência eu levo toda a bagagem emocional que o jogo me passou, rejoguei SIGNALIS múltiplas vezes, em múltiplas plataformas porém a carga emocional que o jogo transmite jamais vai embora, desde a mais sublime alegria ao mais cruel engano, nunca nem por um único minuto parei ser bombardeado por sentimentos na experiência e eu acredito que é exatamente isso que dá a SIGNALIS suas múltiplas interpretações pessoas e torna essa obra tão especial, fazendo um forte concorrente a morar no seu coração depois de ser finalizado por anos a fio

Reviewed on Jun 28, 2023


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