This review contains spoilers

Um crássico.
Lançado no mesmo ano que Half-Life 2, o gigante da valve, um dos símbolos da indústria AAA e da riqueza técnica e realista, Yume Nikki consegue se manter como uma das experiências mais marcantes lançadas em 2004.
Um mistério, tanto o jogo quanto seu criador, figuras distorcidas, músicas ambientes com drones perturbadores, o excesso ou a falta de cores, a ausência de diálogos, músicas calmas que o fato de estarem sendo usadas em um jogo assim passam mais uma sensação triste do que relaxante.
Esse é um jogos que me fazem me sentir como espectador, um observador acima de tudo, eu controlo os movimentos da personagem, tudo bem, mas existe uma distância tão grande entre EU (jogador) e ELA (protagonista), que não consigo sentir que fiz parte daquilo. Madotsuki passa a jornada inteira de olhos fechados, aberrações horripilantes podem aparecer na frente dela, lugares tenebrosos, paredes psicodélicas, e a mais fria apatia toma conta de sua expressão, como se aquilo tudo fosse um fardo, e ao meu ver, é um fardo .
"Esse mundo de símbolos e figuras misteriosas esconde algo" é um pensamento comum na comunidade, a busca pelos significados e origem desses símbolos. Desde as cabeças flutuantes, a criatura que se esfrega no corrimão, tudo parece sempre levar a uma espécie de espiral triste e sombria, até os cenários mais pacíficos podem ser ofuscados por alguma situação ou elemento pertubador. Não há paz. E isso só leva a uma saída.
Não me importo tanto com as teorias que discutem os detalhes específicos dos significados de cada coisa (não fiquei tão obcecado assim...), a mensagem ali tá visualmente e sonoramente clara pra mim. Eu me senti desconfortável sendo somente o observador, fiquei com pena da protagonista, e vislumbrado com a atmosfera desse jogo.
Uma das experiências de terror mais interessantes que eu tive mesmo já tendo ouvido falar milhares de vezes sobre esse jogo, e realmente, é tudo isso mesmo! Talvez algum pessoal prefira uma maior responsividade e não curta muito essa "contemplação do bizarro" que Yume Nikki oferece, mas não dá pra negar que é uma das obras mais influentes desse século.

Reviewed on Apr 21, 2024


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