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4 days

Last played

August 26, 2023

First played

August 3, 2023

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This review contains spoilers

A Ubisoft conseguiu emplacar um modelo que se popularizou e hoje faz parte do design de muitos jogos modernos de Mundo Aberto. O que começou em Far Cry e Assassin’s Creed hoje inspira e reverbera no design de jogos até da Nintendo e Sony, especialmente desta com os recentes Ghost of Tsushima e as duas entradas da franquia Horizon, sem esquecer de Homem Aranha.

Mas se o modelo encanta muitos jogadores que valorizam a sensação de que o jogo tem muito conteúdo justificando o alto preço que eles custam hoje, uma parte dos jogadores, eu incluso, não gosta tanto do “inchaço” que essa filosofia provoca.

Jogos de mundo aberto no modelo que hoje é popular são como comer uma refeição que tem arroz demais: enchem demais com muito mais do mesmo. Não é incomum ver jogos que oferecem 20 horas de campanha terem sua duração esticada a 40, 50 horas graças à colecionáveis e atividades secundárias que preenchem mais o mundo virtual onde o jogo se passa.

Ao longo do tempo essas horas vão tornando o jogo bastante cansativo e o que seria mais conteúdo acaba ficando como “gordura em excesso” que muitos jogadores preferem deixar de lado e ignorar, eu incluso. “Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão” definitivamente não é assim.

Com suas 12 horas em média de campanha principal, a aventura do mascote da Sony oferece uma história com roteiro e apresentação similar a filmes da Pixar: simples de compreender, mas com algumas nuances e camadas um pouco mais profundas, resultando em uma obra que agrada crianças e adultos, sem tanta pretensão.

Com uma campanha principal enxuta, o jogador tem no conteúdo extra material para ir além da aventura principal e buscar colecionáveis que não são apenas troféus, mas também liberam personalizações muito bem vindas ao visual e ao gameplay, além de bônus passivos para o personagem principal. O New Game+ ainda conta com armas exclusivas que dão mais variedade ainda e apimentam a revisitação das áreas do jogo. E como não demorou muito pra terminar da primeira vez, uma segunda não dói.

É uma jogada excelente onde não há enchimento desnecessário ao roteiro principal, enquanto por meio das mecânicas e do design de fases o jogador tem espaço para explorar e experimentar, sem cair na mesmice.

E de fato, ao longo do jogo é disponibilizado um número considerável de armas no arsenal do protagonista. São cerca de 20 variedades, de pistolas a lança-mísseis, e cada uma exige que o jogador a utilize para que ela se desenvolva, suba de nível, e libere melhorias pra aumentar seu poder geral.

Enquanto explora os ambientes, o jogador também vai encontrar itens que permitem fazer essas melhorias, trazendo uma sensação contínua e crescente de poder. É incrível como perto do final do jogo o arsenal diversificado permite combos com granadas de gelo, utilitários que paralisam os inimigos e danos massivos com armas de alto poder de destruição.

A exploração em si é estimulada graças à ausência de "pings", marcações no mapa indicando o tipo de atividade que se encontra ali. Isso é o comum em jogos com Homem-Aranha e tira uma enorme satisfação que é a surpresa de explorar o mapa sem saber o que vai encontrar. E a recompensa vem não só em recursos para melhoria das armas, mas também equipamentos que atuam como skins em sets com uma espécie de bônus caso o jogador encontre o trio. Vale a pena procurar pelas peças de roupa em todos as fases.

Como os mapas não são gigantescos, eles oferecem um excelente tamanho pra aplicar o conceito de "mundo" aberto. E ainda melhor, um rastro acompanha o jogador no mapa, mudando a cor de fundo dos locais que ele já passou, pondo uma marcação no mapa do que foi encontrado. Assim, quando o jogador retornar pra explorar melhor o planeta após a conclusão da missão principal, ele pode rapidamente se dirigir a locais-chave, já que estão devidamente anotados no mapa. Estímulo e conveniência trabalhando em conjunto.

Mais perto do fim do jogo uma das missões recompensa o jogador com uma espécie de "mapa do tesouro" para só aí então demarcar (pingar) todos os objetivos em cada mapa. Uma ajudinha pra dar uma conveniência extra a quem não explorou.

Essa jornada conta com uma apresentação estupenda, contando com gráficos cheios de belos efeitos de partículas, texturas de alta qualidade e animações finamente trabalhadas, sem mencionar interfaces com personalidade, elegância e estilo. A performance do jogo proporcionada pelo uso de SSD e tecnologias especiais de carregamento dinâmico fazem com que o ritmo do jogo se mantenha sempre em movimento, com trocas fantásticas de ambientes, já que a temática envolve saltos entre dimensões e fendas espaciais.

Soma-se à apresentação de alto nível um design de som de igual estatura, com atuação de voz que não perdem pra grandes produções de animação hollywoodianas e que conferem vivacidade e diversão nas cenas envolvendo protagonistas e vilões. E o melhor, com a opção de jogar totalmente em português, incluindo dublagem.

A experiência de Ratchet & Clank é incrível e no PC conta com tecnologias especiais que o deixam em pé de igualdade com o PS5, graças à parceria da Nvidia e da Sony. Carregamento rápido e efeitos modernos como Ray Tracing são algumas das funcionalidades que tornam a experiência belíssima e super fluida, um deleite para os olhos, sem perder a essência de um bom jogo de aventura 3D.

Ah, durante a rolagem de créditos, uma surpresinha aguarda os jogadores. Parece bobeira, mas é algo que me fez rir e sorrir com a criatividade.