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58 days

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March 8, 2022

First played

November 1, 2021

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A primeira coisa que sinto necessário falar sobre Steins;Gate é que o que ele tem de valioso no roteiro lhe falta em gameplay e isso é o mal de boa parte dos VNs. Talvez eu falar isso soe como se eu não conhecesse o gênero, mas passa longe disso.

Eu sinto que é até difícil comentar gameplay quando tratamos de VN. Visual Novels são tratados e produzidos como jogos no Japão, então quando eles ganham mais elementos de RPG é algo que foge do padrão, apesar de não ser nem um pouco menos merecedor de elogios.

O que pega é que VN é um gênero que em sua massiva quantidade se aproxima muito mais da literatura e prosa dos Light Novels, com recursos audiovisuais que o aproxima ao mesmo tempo de um mangá e de um anime, enquanto mantém uma proximidade distante de jogos do gênero adventure. 

Isso faz com que eles tenham possibilidade de múltiplos finais, mas não tenham muitas mecânicas para obstaculizar o andamento e propor desafios de lógica ou interação. Daí o motivo pelo qual o gênero é tratado como jogo, mesmo sendo pobre em mecânicas.

E assim como esperado, os pontos mais fortes das VN tão justamente em sua parte literária. Ambientação, roteiro, diálogos, personagens, narrativa, todos são elementos que se avalia em livros, animes, e outras mídias, e são o carro-chefe dos Visual Novels, para o bem ou mal.

Tendo feito esse prefácio, é preciso deixar claro que Steins;Gate atinge a excelência no seu carro-chefe.
Seu roteiro de ficção científica bem escrito se completa com um desenvolvimento excelente de personagens, diálogos tanto divertidos e pitorescos, como intrigantes e estimulantes, sem perder a naturalidade, e juntos entregam uma trama envolvendo viagem no tempo com forte pé em teorias existentes.

Quando falo teorias, incluo teorias científicas e também teorias de conspiração, com aquela liberdade poética similar a Interestellar e outras obras que se aventuram em responder lacunas científicas com criatividade e ficção. E nesse ponto, Steins arrebata o roteiro de forma maestral.

Outro elemento estelar de Steins;Gate é seu sistema de dicas, que na verdade fornece o contexto de inúmeros termos e referências que auxiliam o jogador a compreender um pouco a cultura e a ciência usada no jogo. Óbvio, as referências fazem ainda mais sentido e dão uma camada extra pra quem as conhece, mas a presença do contexto e uma breve explicação já adiciona bastante à experiência.

A parte de interação se dá por meio do celular do personagem principal, que a utiliza pra enviar e responder mensagens, além de atender ou não ligações. Há diversos caminhos pra se tomar na história, bem como ativar ou não eventos dependendo das escolhas feitas na hora de responder as pessoas.

A rejogabilidade é auxiliada pela função de pular diálogos já lidos, o que acelera tempo e te ajuda achegar em locais que você toma decisões. Alternativamente o jogador pode salvar e carregar gerando resultados distintos.

Se você tiver muito tempo livre e quiser explorar a esmo, boa sorte. Caso contrário e você prefira valorizar seu tempo, use um guia de finais.

Steins;Gate foi o segundo jogo que me fez chorar na vida. Isso é mto forte.