Me deparo mais uma vez com uma obra de arte, sem dúvidas.

A história por trás de MyHouse é curiosa, e talvez seja essencial pra enriquecer a experiência. O design do mapa é bastante intricado, trabalha com múltiplas tarefas e entra em uma experiência que mistura adventure com alto nível de apelo à comunidade, algo próximo de um ARG onde desvendar seus segredos envolve buscar informações e trocar experiências com outros jogadores.

Há também uma boa dose de psicodelia e em conjunto com o storytelling ambiental tornam ele muito intrigante do ponto de vista criativo. Uma experiência que me foi similar (mas bem mais positiva e com características distintas) foi Stanley Parable.

Aqui em My House eu não encontrei o humor e parte da genialidade de Stanley, um jogo autocontido e sem dependência de uma bagagem prévia. Encontrei referências e homenagens obscuras em algo que no fim das contas é mais sobre o processo e menos sobre o destino. O famoso meta.

Se não fosse um backseat/guia eu não teria me divertido nadinha com o jogo propriamente dito. Encontrei na interação social o mínimo que poderia encontrar de diversão, xingando o jogo, tecendo comentários engraçadinhos e conversando de boas enquanto me intrigava com os segredos, revelava as passagens escondidas e avançava nos finais que, francamente, me foram absurdamente decepcionantes, apesar do design extremamente engenhoso.

O mérito é majoritariamente do backseat, não do jogo, deixo claro. Minha experiência sempre reflete meu contexto pessoal, pois essa é minha abordagem.

Farei um review mais focado no jogo após consumir seu material extra.

Reviewed on May 24, 2024


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