This review contains spoilers

Um ótimo shooter e um péssimo BioShock.

Esse jogo é bem difícil de engolir pra quem amou o primeiro e queria que a fórmula se mantivesse, todos os elementos de immersive sim foram removidos, todos os diversos caminhos que você poderia seguir indo e voltando com diferentes itens, toda a atmosfera assustadora e encantadora de Rapture, não tem basicamente nada de BioShock nesse jogo além de um dos portais na reta final, mas isso não é um problema, de forma isolada esse jogo é muito bom, o combate é disparado o melhor da franquia, extremamente divertido ainda que os poderes tenham ficado 90x mais inúteis, eu usei escudo e eletricidade o jogo todo basicamente, até na seleção de armas (que por algum motivo só dá pra levar duas) e ele te força a trocar constantemente, eu fiquei 90% do tempo com escopeta e canhão de mão. O level design desse jogo é inexistente, você vai seguir por uma linha reta o tempo inteiro e vai lutar em arenas abertas, mais parece Doom Eternal do que BioShock, o jogo até tem umas áreas extras aqui e ali com umas missões secundárias toscas, mas nada que fuja muito dessa linearidade.

Felizmente ele não vive só de problemas, provavelmente o maior destaque dele é a Elizabeth que além de ser uma das melhores personagens dos jogos, é provavelmente o melhor companion já feito até hoje, ela nunca te atrapalha durante o combate, interage com o cenário o tempo todo, tem várias linhas de diálogo com o Booker, ela constantemente te ajuda com vida, munição e dinheiro, é um dos únicos NPCs de videogame que realmente dão uma sensaçãozinha de ser um personagem realmente inteligente e real. Além disso, a cidade de Columbia é muito foda, ela não chega aos pés de Rapture, mas é um baita respiro depois de 2 jogos + as DLCs no mesmo lugar, toda a estética meio Steampunk bem colorida é de encher os olhos, ainda mais em momentos como o Hallelujah no comecinho mostrando a cidade inteira.

Por fim, vem o ponto mais alto do jogo, sua história, ela não é profunda como a do primeiro jogo, nem tão inovadora, mas é boa e bem contada. Hoje em dia todo mundo tá careca de ver histórias onde o protagonista é o vilão e existem diversas realidades paralelas, vários universos onde diferentes coisas acontecem, mas pra época foi uma boa experimentação, o jogo vai fornecendo algumas dicas aqui e ali de que algo tá errado e você só nota bem no finalzinho mesmo quando revelam que o Booker é o Comstock, também justificando o motivo de todas as escolhas do jogo serem inúteis, não importa o que você faça, sempre vai acabar do mesmo jeito, a única forma de livrar o sofrimento da Elizabeth é matando o Booker/Comstock, ele sempre foi e sempre será a raiz do problema, ainda que em outras realidades ele tenha feito a coisa certa.

Assim como em BioShock 1, no comecinho do jogo uma frase é dita: "A mente do sujeito lutará desesperadamente para criar memórias onde não existem...", o Booker é perseguido pela culpa de entregar a Elizabeth e tenta substituir suas memórias por novas versões, versões onde ele não é o culpado, onde ele se batiza, se arrepende e tenta esquecer seu passado vivendo como uma nova pessoa. O final sinceramente dá uma sensação bem ruim, mas como a Elizabeth diz: "Sempre há um farol, um homem, uma cidade.", o jogo propõe que existam infinitos faróis por aí com infinitas realidades, talvez a história do Booker e da Elizabeth possa ter tido um final feliz em algum lugar, a diferença é que o Infinite escolhe mostrar apenas uma delas, diferente dos BioShocks anteriores.

É um bom jogo, muito divertido, ele até cria uma barriga na metade te forçando a enfrentar uma cacetada de inimigos pra se estender artificialmente, mas não é algo que incomode tanto, o real problema dele é não ser um BioShock propriamente dito, é complicado você se acostumar com uma fórmula e de repente ela ser totalmente alterada.

Reviewed on Apr 24, 2024


10 Comments


10 days ago

sabe muito..

10 days ago

@chrisredfield obrigadooo, so faltou vc n me enrolar a semana toda pra zerar

10 days ago

@jaqueta aparentemente eu te obriguei a me responder ne..

10 days ago

@chrisredfield obrigou né.. apontou uma arma pra minha cabeça

10 days ago

@jaqueta mlk vc parou tipo 3 vezes esse jogo pra ver filme..

10 days ago

@chrisredfield os filmes so tinham 1 hora e meia cada um, acabava rapidinho

10 days ago

@jaqueta ue mas ai e minha culpa que vc quis jogar roblox comigo n sabia

10 days ago

@chrisredfield vc que quis jogar ne, morria no comecinho sempre tambem

10 days ago

@jaqueta eu que quis jogar nao, vc q me chamou primeiro e dps me chamou pra jogar outros, vai se fude

10 days ago

@chrisredfield mente mais