desde ano passado quando eu estava explorando o estranho mundo dos jogos obscuros de playstation 2, summoner começou a morar na minha cabeça de graça. um CRPG feito pela Volition, famosa por red faction e saints row (e descent se você for cool), duas franquias que famosamente NÃO são CRPGs. e ainda por cima, um CRPG que foi inicialmente desenvolvido primariamente para computadores (obviamente), mas que decidiram entalar ele inteiro em um PlayStation 2, e considerando que foi um título lançado no mesmo dia que o console chegou nas lojas norte americanas, assumo que algumas coisas foram picotadas para essa meta ser atingida. um port de PC foi lançado pouco tempo depois.

é bem interessante como summoner consegue invocar bem dois clássicos CRPGs contemporâneos à ele: a trilha sonora esotérica de planescape: torment e a pitoresca energia do primeiro baldur's gate, junto do combate em tempo real com pausas de ambos os títulos. infelizmente summoner também puxa um aspecto que não tinha me incomodado em baldur's gate mas que me fez entender quem reclama desse aspecto dele: os longos cenários vazios. a primeira cidade visitada no jogo após a introdução da narrativa é composta por múltiplas hubs estranhas de se explorar pelos seus caminhos levemente labirinticos, com npcs que oferecem missões secundárias sendo espalhados de forma esparsa. por mais que essa locação seja provavelmente o exemplo mais grave disso ocorrendo no jogo, os cenários em geral são grandes demais comparados à velocidade dos personagens jogáveis, algo que não era tanto um problema em baldur's gate, onde sua party conseguia rasgar os mapas 2D de forma satisfatória.

é engraçado que o combate que estava me motivando, com a exploração fraca sendo um impecilho às partes que eu estava gostando. o sistema de ataques envolve um simples minigame de ritmo para que combos sejam efetuados, que é levemente engajante senão transparentemente formulaico. quando o seu grupo tem mais de dois membros, os combates se tornam uma junção do minigame acima mencionado e um gerenciamento básico de tropas, que é quando summoner agarra a minha atenção com força. ajuda que o protagonista é um... summoner, que após a introdução pode gerar uma tropa extra para ajudar nas batalhas.

infelizmente a escassez e imensidão dos mapas acaba deixando as partes boas de summoner espaçadas demais para eu não sentir que eu poderia estar jogando algo melhor. eu não concordo com a maneira desdenhosa que as resenhas desse jogo aqui o tratam como se fosse a coisa mais ruim já feita, pois existem pontos a serem apreciados muito além da minha apreciação por jogos tão feios que parecem com o eurojank mais miserável já feito. tendo dito isso vou dar uma pausa nele para quando eu tiver um pouco mais de paciência para lidar com ele.

Reviewed on Mar 15, 2024


Comments