eu era muito fã de Bioshock Infinite quando eu era adolescente (mesmo com aquela posição política duvidosa, centrista e burra que o jogo insiste em defender) mas ainda assim, o primeiro Bioshock nunca me engajou muito além dos 54 minutos que eu tenho registrados na Steam (jogados em 2017, acredito eu). eu nunca consegui apontar muitos motivos além da diferença forte entre as estéticas de Rapture e de Columbia (e convenhamos eu gostava da Elizabeth. eu sei o que eu sou). mas mesmo quando eu tomei uns anos para separar os dois títulos da minha cabeça, eu não conseguia engajar tanto com o primeiro título e ficava ainda mais frustrada quando via pessoas elogiando as "decisões morais interessantes" dele, sendo que elas se resumiam ao clássico dilema de "MATAR UMA CRIANÇA" ou "NÃO MATAR UMA CRIANÇA" e dizendo que a série se encaixa no sub-gênero Immersive Sim, só por ela ser uma sucessora espiritual de System Shock 2.

bom, Bioshock 2 é tido como a ovelha negra da série mas o começo dele me prendeu melhor que o original. era isso que eu queria dizer no começo da minha resenha de forma completamente despeitosa, mas ele me fez entender um pouco o apelo que a série em geral tem. mesmo assim acho que esse aqui é o único dos 3 jogos que eu teria a paciência para jogar hoje em dia. até porque algumas coisas que gosto dele não tem no primeiro (ou em Infinite): controlar um Big Daddy ao invés de um cara normal com uma tatuagem de correntes (simbolismo is my passion) é uma ótima ideia por te engajar mais diretamente com as criaturas interessantes da série, algumas delas introduzidas aqui. o ciclo de coletar Adam enquanto protege as Little Sisters foi a parte que mais me empolgou, e após interagir com todas elas você recebe o presente de uma batalha dura contra uma Big Sister, o que sempre consumia meus recursos e complementava bem a tensão. outra inovação desse jogo é o uso simultâneo de armas e Plasmids, algo que deixaria o combate do primeiro bem mais dinâmico e incentivaria o jogador a não depender só das armas para os confrontos. também temos a inovação do ÚNICO minigame de hacking decente em toda a história dos videogames.

mas não vou mentir, tinha algo em Bioshock 2 que estava me deixando com menos vontade de jogar ele. talvez a mesma coisa que eu senti de forma mais acentuada nos 54 minutos que eu tenho no primeiro título. eu comecei a me cansar um pouco dele mas foi exatamente quando percebi que já estava na reta final, e a conclusão como um todo é boa. bem boa, até. eu ainda não diria que mudaria a opinião de alguém que não gosta muito da série em geral (não mudou a minha, pelo menos), até porque a dificuldade das batalhas dá uma diminuída por motivos narrativos. mas essa mesma narrativa fica bem boa nas últimas duas horas! eu estava investida! fiquei meio impressionada. eu peguei o melhor final e ele foi surpreendentemente emocionante e eu acho legal que esse tom é incrivelmente diferente dependendo de suas ações durante o jogo, que levam à finais mais macabros.

em conclusão, Bioshock 1 é para quem tem daddy issues e Bioshock 2 é pra quem tem mommy issues. eu escrevi essa frase no meu bloco de notas quando estava no comecinho do jogo e não elaborei adiante.

eu vou jogar Minerva's Den. tô bem curiosa com essa DLC.

Reviewed on Jun 29, 2024


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