inscryption é um jogo muito interessante que me deixou em dúvida sobre o quanto eu gostei ou não da experiência como um todo, mas que apesar disso vale muito a pena ser experimentado sabendo o mínimo possível. eu respeito o que ele tenta fazer e até admiro algumas coisas que ele conseguiu, e tem um roguelite de construir decks de carta bem engajante como a sua base, o que por si só já recebe uma recomendação minha.

a partir daqui eu vou falar sobre aspectos que são leves spoilers (na maior parte sobre gameplay, mas comentando um detalhe narrativo revelado no segundo ato da trama) caso queira jogar sem saber NADA mesmo.

acho que a coisa que me frustrou um pouco na maneira que o jogo vai entrando na rota metalinguística é que os outros sistemas de cartas usados não são fortes o bastante quanto o do primeiro ato. nenhum dos 2 atos seguintes atinge a elegância presente nas mecânicas usadas no começo do jogo, que envolve a formação de decks com a necessidade de constante sacríficio de cartas junto de diversas variedades complementares. a única coisa que os sistemas seguintes herdam é a relativa facilidade em criar um deck quebrado, algo que é interessante quando aplicado no começo, quando o jogo deixa claro que as regras estão constantemente te colocando em desvantagem, mas que conforme os aspectos roguelites vão sendo deixados de lado para dar enfase na história (que eu até gostei, apesar de ser um pouco ARG demais pro meu gosto), acaba trivializando um pouco demais as batalhas. no segundo ato eu pude me grudar em um deck que eu fiz relativamente cedo e completei a seção inteira com ele sem mudar quase nada. o sistema do terceiro ato não sofre tanto desse problema mas também não atinge a engenhosidade do primeiro, tanto que a gimmick do chefe mais interessante dessa parte quase não envolve as cartas utilizadas.

em conclusão, inscryption é um jogo que eu meio que gosto, apesar de ter me frustrado um pouco após abandonar sua mecânica mais interessante. mas eu não detesto o resto do jogo. como mencionei anteriormente, eu não sou tão chegada em pesquisar sobre ARGs para poder entender detalhes da história mas esse jogo até que esconde informações interessantes nesse método, que acabam não sendo supérfluas e que trazem um contexto interessante para a narrativa. eu gosto também dos puzzles do segundo ato e dos chefes do terceiro ato. a trilha sonora também vende muito bem o tom que o jogo segue.

acho que é isso mesmo.

Reviewed on Aug 23, 2023


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