Chicory é um jogo adorável, cheio de carisma e que por trás do visual fofinho tem uma profundidade e uma sensibilidade pra abordar assuntos complexos que me surpreendeu.

A mecânica diferente de usar um pincel, desenhos, cores e tinta pra resolver a maior parte dos desafios de puzzle e de travessia são o diferencial do jogo. E apesar disso, em nenhum momento você será julgado pela sua (falta de) habilidade artística, ou o jogo vai exigir algo obrigatório. Nas partes criativas você pode desenhar uma linha só e é isso, ta feito. Isso dito, comecei frustrada por nunca conseguir fazer nada minimamente legal, depois abri mão e no final do jogo estava me dedicando novamente e percebi que, olha só, assim como a personagem do jogo eu melhorei e me tornei mais familiar com as ferramentas e fiz algo que não ficou bom, mas que legitimamente gostei.

Mas o destaque mesmo do jogo e o que me segurou até o fim foram os temas e os diálogos bem escritos (e bem traduzidos). Os assuntos vão de saúde mental em geral, inseguranças, burnout, a sociedade, o que é arte, cobrança, achar seu lugar no mundo, destino e muito mais. Eu poderia tentar escrever o QUANTO esse jogo bateu no meu emocional, mas primeiro que eu nem seria capaz e segundo que não vou me expor aqui que ninguém merece ler.

Chicory entrou naquele espaço especial do coração que contém minhas obras favoritas e que mexeram demais comigo.

Ah! Tudo ter nome relacionado a comidas é a coisa mais fofa do mundo. Gororoba é a melhor tradução e o melhor nome de cidade. Joguem em português.

Reviewed on Nov 09, 2023


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