É muito impressionante o ritmo desse jogo, ele é extremamente cinematográfico, e isso em 1998, mais da metade do jogo deve ser composto por cutscene ou diálogo e em nenhum momento deixa de ser interessante, se torna engraçado eu estar tão intrigado com polígonos super datados conversando. E novamente, é surpreendente a maneira de encaminhar a narrativa pra época, Kojima brincando com clichês e padrões a 25 anos atrás, além dele ser ótimo em twists. É interessante como o Kojima usa a metalinguagem, dos termos e idéias de videogame tratados como normalidade.
O que mais me surpreendeu positivamente foi o Snake, eu esperava a clássica personalidade fria de um soldado marcado pelas guerras, mas na real o Snake tem um ótimo humor, é um equilíbrio perfeito entre a seriedade necessária e o carisma irônico, é bastante único. Sua interação com os personagens é uma das maiores qualidades, além da maioria deles carregar ideias e conflitos textuais interessantes, como o Otacon e a Sniper Wolf.
Eu tava bem pé atrás com a gameplay, por não ser muito fã de stealth, mas nesse jogo é apenas uma base existente geral no jogo, e não necessariamente cenários com level design baseado nisso, você apenas se locomove de um lugar a outro para cumprir objetivos, e nem é obrigado a passar no stealth, apenas é melhor para ter menos problemas. Acho a progressão do jogo bem interessante, com os cartões de permissões, com portas que você passa e apenas posteriormente poderão ser abertas, possibilitando um backtracking bem executado. Mesmo com uma gameplay limitada, as boss fights são interessantes, impondo gimmicks e desafios diferentes, destaco a do Psycho Mantis, muito criativo.
Tematicamente o jogo é muito bonito, a discussão sobre genes e destino tem boa execução, e as reflexões e principalmente a conclusão do Snake sobre é emocionante, toda o encerramento com a narração da Naomi enfatizando a idéia é lindo.

Reviewed on Jun 05, 2023


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