Se no 2 o Kojima finalmente tinha um console potente o suficiente pra construir a base pra Stealth que queria, nesse jogo ele a aprimora imensamente. O sistema de camuflagem de roupa e rosto, de stamina/fome, CQC, tudo que não só agrega muito para a gameplay, mas que se mistura perfeitamente em sua temática, já que o 3 se passa em uma jungle, se dá muita ênfase na sobrevivência, que é de fato muito bem explorada, dando ainda mais profundidade pra imersão.
Eu disse que o MGS2 não tinha muitas boss battles, e o 3 voltou com essa característica, com bosses EXCELENTES, cada uma exigindo uma capacidade do jogador em um aspecto, e com um conceito textual expressado pela sua luta, "The Fear" sendo completamente bizarro, "The Sorrow" trazendo o peso dos mortos, e novamente o Kojima brincando com conceitos básicos do vídeo game, como na luta do "The End", além dessa ser uma das boss fights mais imersivas existentes. A luta da The Boss é excelente, o cenário é lindo, o peso emocional é bem trabalhado, e é muito divertido a liberdade proposta. A trilha sonora em todas as lutas são ótimas, e claro, "Snake Eater" é uma das melhores músicas já feitas para um jogo, maravilhoso.
É bizarro como esse jogo é lotado de detalhes mínimos, o Kojima faz tudo com muito carinho, muitas frases para situações especificas, torna tudo mais imersivo e divertido ao acontecer. O Snake quando fica em uma caverna que está escura, vai aos poucos clareando a tela porque ele tá se acostumando com o escuro, olha o nível disso.
Todos os personagens são muito carismáticos, o Ocelot tem uma presença muito boa com uma rivalidade cômica com o Snake, com aquele show off engraçado, a Eva tem uma progressão na relação bem interessante, e principalmente a The Boss, com nuances e proposta super bem desenvolvidas, o tema de lealdade a pessoas e ao seu pais é algo comum em MGS, e ela é uma das explorações mais bonitas sobre esse texto, uma personagem incrível. E obviamente, narrativa excelente, o 3 é mais focado nesse lado emocional do Snake, mostrando um lado mais frágil e sensível, não de maneira expositiva, mas bem sucinto, executando perfeitamente, além de claro as discussões principais do plot, se passando na guerra fria, patriotismo e divisão politica, com ótimos plot twists. Destaque para o fim, tendo uma das cutscenes mais emocionantes existentes, e a cena pós créditos, se tornando uma característica virar de cabeça pra baixo o jogo no seu último momento.

Reviewed on Jun 17, 2023


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